terça-feira, janeiro 31, 2006

Cinema

Este fim-de-semana que passou, coloquei o cinema em dia, digamos assim.

No sábado, Match Point.


"Love. Lust.
How far would you go?
All. Nothing.
Would you risk everything?
Truth. Reception.
There are no little secrets."

Porque a sorte não nos escolhe a todos!


No domingo, Pride & Prejudice.


Lindo. Feito de pormenores. De subtilezas. De elegância.

O amor ao mais alto nível. Como deve ser, aliás.

O que se faz por amor.

Então aquela última conversa, entre pai e filha...

O Diário da Nossa Paixão

Pronto, entre ontem e hoje, lá consegui ler este livro.

"É a possibilidade que me faz continuar e não a certeza."

"(...) a ele parecia-lhe que sempre se haviam conhecido."

"(...) esforças-te tanto que nem tens tempo para parar e respirar. As pessoas fazem isso por três motivos. Por serem loucas, ou estúpidas, ou para tentarem esquecer."

"(...) decidiu ensinar-lhe a ler em poesia. 'Aprende a ler isto em voz alta, e serás capaz de dizer tudo o que quiseres'."

"Sentiu-se como não se sentia há muito tempo, como se todos os seus sonhos se pudessem ainda tornar realidade."

"Isto não é o tipo de coisa para que se vá a meio-termo."

"Tens um talento que vem de dentro de ti, do teu coração, não dos dedos. O que tu tens nunca poderá desaperecer. É aquilo que os outros apenas sonham alguma vez vir a ter."

"E, nesse momento, tomou a decisão de não a perder. Faria tudo o que fosse preciso para a conversar. Ela era tudo o que sempre precisara, e nunca encontrara ninguém que se lhe assemelhasse."

"Não me sinto amargo pelo que aconteceu. Pelo contrário. Estou seguro de que o que nós tivemos foi real, e fico feliz por nos ter sido possível estar juntos mesmo por um breve período de tempo."

"Uma dúzia de fotografias estão alinhadas na parede do meu quarto. São a minha herança, a minha contribuição para o mundo."

"Não sou poeta e, no entanto, é preciso um poema para exprimir completamente o modo como me sinto em relação a ti."

"O silêncio é sagrado. Une as pessoas porque só os que se dão bem uns com os outros se podem sentar juntos sem falar. É este o grande paradoxo."

"Amo-te agora enquanto escrevo isto, e amo-te agora enquanto lês isto."

Nicholas Sparks


Agora, segue-se o último romance de Rita Ferro. ;)

domingo, janeiro 29, 2006

Meus olhos

"Num dia longínquo, tínhamos estado todos nus, desarmados, todos tínhamos sido frágeis, todos tínhamos ficado estupefactos. Nesse dia, o nosso olhar tinha sido o mesmo. Um olhar desprovido de preconceitos, brilhante de alegria."


"Crescer não significa esquecer o estado de recém-nascido, mas reassumi-lo. Redescobrir o nosso olhar original."

A Alma do Mundo, Susanna Tamaro

A Alma do Mundo

Acabei de ler mais um livro.
Foi-me oferecido no Natal.
Eis algumas passagens que não pude deixar de sublinhar:

"Em cima da consola, há uma fotografia dos dois, comigo pequeno ao colo, mas, apesar de sorrirem, não me lembro de um único instante do meu passado em que, entre aquelas quatro paredes, tenha havido qualquer coisa parecida com a felicidade."

"Claro que há excepções. Há sempre alguns - poucos - afortunados no mundo, mas eu, aos catorze anos, já sabia muito bem que não o era."

"Só podia perguntar a mim mesmo: qual das duas será a verdadeira - a alegre ou a triste? À medida que se vai crescendo, vai-se mudando, sempre me disseram. Mas por que é que a mudança tem de ser sempre para pior?"

"Já tinha percebido que, em nossa casa, havia uma bomba que não explodira. Estava sepultada sob toneladas de detritos. Esses detritos eram as palavras não ditas."

"Os pintainhos gostam de estar quentes sob a luz da incubadora, os homens gostam da tepidez das utopias, das promessas impossíveis."

"Interessávamo-nos pelas mesmas coisas, para as descrever usávamos as mesmas palavras.
A partir desse momento, nunca mais nos deixámos."

"- Se já não tens asas, cais. A gravidade puxa-te para baixo, como se fosses uma pedra."

"Sentia-me muitas vezes como uma criança que acaba de abrir os olhos para o mundo. Tudo era estupefacção, emoção. Eu existia nos olhos de um outro ser humano."

"Os animais não conhecem o futuro, é isso que os salva de enlouquecer; para eles, a morte é uma coisa como outra qualquer, chega quando chega, é como a chuva, o granizo, o vento, um facto absolutamente natural, fecham os olhos e não têm qualquer remorso, viveram de acordo com o programa que a natureza lhes deu."

"Só então me apercebi de um facto extraordinário: a vida não é um percurso rectilíneo, é um círculo. Pode fazer-se seja o que for, mas depois volta-se exactamente ao mesmo ponto."

"Esquecera-me do instante tão breve em que se manifesta a alegria, o ser coisa entre as coisas criadas, respiração entre o que respira à nossa volta."

"Os cumes das grandes montanhas estão muitas vezes ocultos pelas nuvens, do vale só se vêem as encostas. Para se chegar lá acima tem de se atravessar essa zona incerta, nem todos têm coragem para trepar pelas paredes de rocha."

"A bondade só triunfa nos livros edificantes, no concreto dos dias sai sempre derrotada. Seria belo e emocionante descobrir de repente que, como dizem os Evangelhos, a brandura vence a força e o perdão mata a violência, mas isso nunca acontece. Cristo morreu assassinado, Ghandi também, e isso fecha o círculo, a palavra 'fim' já está escrita nesse sangue."

"O bem, o mal, estão nas nossas mãos. (...) Não há ninguém lá em cima a preparar-nos a papa, a nossa existência não é a existência dos lactentes. Seria cómodo, claro, mas que significado daríamos às nossas vidas se tudo estivesse estabelecido desde o início?"

"Dentro de mim havia a calma vazia que se segue às emoções demasiado fortes."

"- A lógica do amor (...) é uma espécie de não lógica, muitas vezes segue vias incompreensíveis para a nossa inteligência. Há gratuitidade no amor e é isso que nos custa a aceitar."

"A emergência leva-nos a ver os actos sob uma luz diferente."

"(...) o grande erro é acreditar que a inteligência é um mérito nosso. Quanto mais inteligente se é, mais se tende a acreditar nisso. A própria inteligência choca dentro de si o germe da superioridade. Mas superioridade em relação a quê? A quem?"

"Pensava no acaso que tinha feito com que as nossas vidas se encontrassem, pensava que talvez estivesse destinado, desde o momento em que nasci, a ir parar àquele local."

Susanna Tamaro

sábado, janeiro 28, 2006

Feeling (2)


Porque, hoje, era aqui que queria estar.
Porque, hoje, estou refugiada em mim.

Feeling (1)


Porque às vezes gostava de ver sem ser vista ou, pelo menos, sem ser notada.

Porque o olhar tem muito poder.
Porque os olhos são, de facto, o espelho da alma.

Excerto

"Ao longo da sua vida, uma árvore pode ser atacada por um número muito grande de tempestades. Podem cair-lhe em cima temporais, trombas de água, tempestades de neve, podem bater-lhe, empurrá-la de um lado ao outro sem nada suceder. Quando o sol regressa, está sempre ali, no meio do campo, com os seus ramos majestosos. Só não pode resistir ao fogo, as chamas correm velozes e ela não tem pernas para se mexer. Em volta tudo crepita, é lambida e engolida, qualquer pequena moita transforma-se numa tocha. Por fim, o fogo chega ao tronco, acaricia a casca e sobe até às ramagens, queima os insectos e os ninhos, seca a linfa, inflama os ramos e as folhas. Foram precisos decénios para fazer surgir de uma semente aquela forma majestosa e, em poucas horas, tudo morre. A grande fogueira brilha na noite. A toda a volta, há calor e luz e, lá em cima, depois da luz, surge o fumo branco. Aquela coluna de nuvens pode ver-se a quilómetros de distância. Na manhã seguinte, no meio da clareira, só fica um espigão negro.
As chamas tinham voltado à minha vida. (...) No momento em que comecei a sentir calor, já era demasiado tarde, a fogueira era eu próprio. Fosse para onde fosse, levava-a comigo."

A Alma do Mundo, Susanna Tamaro

sexta-feira, janeiro 27, 2006

Dr. Phil

"Não é tarefa dele amar-vos, mas é vossa tarefa amá-lo a ele."

Frase dirigida a uns pais, relativamente ao filho adoptivo...
Mas, na minha opinião, serve para todas as famílias.

Simples

A imagem do post anterior é, para mim, clara: dois gatinhos 'encaixados' um no outro. Lindos!

Talvez só o perceba quem esteja ou quem já tenha estado assim...

Simples.
Tão simples, acho eu, como isto:

"De que vale explicar uma dor a quem nunca a sentiu?"


Pensem nisso.

Assim me sinto...


... desde há bem pouco tempo.

Algo que não acontece todos os dias!
Algo que não acontece a todos!

quinta-feira, janeiro 26, 2006

Vasculhando...

... numas certas prateleiras.
O que encontrei?
Obras de Fernando Pessoa, mais precisamente de Álvaro de Campos.
Nesta minha segunda estadia por Lx não resisti e lá fui lê-los melhor. Não todos, claro.

Ao som da banda sonora do filme Moulin Rouge, registei estas duas passagens:

"Sempre, sempre, sempre
Esta angústia excessiva do espírito por coisa nenhuma,
Na estrada de Sintra, ou na estrada do sonho, ou na estrada da vida..."

"Vale a pena sentir para ao menos deixar de sentir"

Esta última...

De volta

Cá estou eu em Coimbra, depois de mais uns dias pela capital.
Tem de ser: o dinheiro não estica.
Além disso, não é vida.
Ainda se tivesse já a trabalhar (por lá)...

Mas foi muito bom.
Deu para matar saudades.
E para ficar com mais ainda!
Também passeei um bocadito.
Ai, aqueles bolos da Piriquita...

Saí duas vezes.
Numa delas, ontem, fui ao Templarios (acho que é assim que se escreve!), um bar muito simpático. Como era quarta-feira, tinha música ao vivo com a Paula Teixeira.
Já a conhecia da televisão. Assim ainda é mais simpática e calorosa. Gosto da postura dela em palco. E gosto da voz.

Não desfazendo, a melhor noite foi a de terça.
E porquê, perguntam vocês?!
Sim, eu sei. ;)
Foi precisamente o que me levou a ir a Lx mais uma vez: os Anjos estiveram no Speakeasy, um bar-restaurante do Gil do Carmo.
Um espaço lindíssimo, devo dizer.
Era algo que já estava combinado, ir ver os meninos assim, numa actuação um pouco mais intimista, para variar.
Adorei!
Para não haver surpresas, reservámos mesa para jantar. Éramos quatro.
Óptima companhia, comida muito saborosa (principalmente a sobremesa!), ambiente muito acolhedor.
A uma certa altura, lá chegaram os meninos.
Uns amores, como sempre.
O espectáculo foi um espectáculo!
Demais mesmo!
Que bom que foi fazer parte daquela restrita plateia. :)
No final, lá houve uns minutinhos de conversa. O que já é da praxe.
Mais uma noite bem passada.
Escusado será dizer que as pessoas que estavam connosco se renderam ao encanto e talento naturais do Nélson e do Sérgio.
Ah, a juntar a um certo saxofone...

segunda-feira, janeiro 23, 2006

Contagem decrescente

Para voltar a respirar.
Para o coração voltar a bater.
Para estar perto.
Para olhar.
Para sentir.
Para sorrir.

domingo, janeiro 22, 2006

Orgulho e Preconceito

"Nem todos podemos dar-nos ao luxo de sermos românticos!"

Irei vê-lo ao cinema, certamente! ;)

sábado, janeiro 21, 2006

Faz-me tão bem!

Uma das minhas terapias é desarrumar para voltar a arrumar,
limpar,
deitar algumas coisas fora (que apenas ocupam espaço, por já não serem usadas)...
para depois também comprar algumas coisas novas...

É que, no final, também eu me sinto renovada!

sexta-feira, janeiro 20, 2006

Dreamed you

"You walked in the room
and time was standin' still.
Knew you were my destiny
by the way you made me feel;
only you in my life,
forever and today,
you're everything I ever imagined my love could be
you for me...

Like the stars need the sky,
and the river needs its rain,
like an eagle needs its wings,
and a fire needs it's flame,
like the sun needs the day,
and the night needs the moon,
like the air that I breathe,
that's how I - dreamed of you
- I dreamed you

It's hard to explain,
but when you know you know
I was so amazed by you,
you had me at hello
I need you in my heart,
my body, mind and soul,
it only took a moment to take my breath away,
will you stay...?

Like the stars need the sky,
and the river needs its rain,
like an eagle needs its wings,
and a fire needs it's flame,
like the sun needs the day,
and the night needs the moon,
like the air that I breathe,
that's how I -

I dreamed of you (and I),
our love can't be denied, no no
there's nothing I can do, nothing I can say,
my heart it always knew,
that's how I dreamed of you

- Sun, sky, river, rain,
like an eagle needs its wings,
and a fire needs its flame,
like the sun needs the day,
and the night needs its moon,
like the air that I breathe, that's how I need you.
- Like the stars, sky, river, rain"
Anastacia

Já tenho o álbum ("Freak of Nature") há algum tempo...
Redescobri, agora, esta música!

quinta-feira, janeiro 19, 2006

Muito agradável

A noite de ontem!

Depois de não sei quanto tempo de ausência, lá voltei ao karaoke do English Bar...

Demais! :)
O ambiente é sempre fantástico, mas ontem estava particularmente bom.
As pessoas a cantarem comigo... mas em comunhão (digamos assim), não para cantarem por cima de forma a eu não me ouvir...

Tenho que lá voltar, sem dúvida.
Se bem que, sabe melhor assim, de vez em quando.

segunda-feira, janeiro 16, 2006

Querer Sonhar

"Quem diria o sol viria me beijar
E que as estrelas do céu
Brilhariam no meu olhar
E não quero acordar
Tenho medo de deixar de sonhar

O sonho acabou a realidade começou
Ponho os pés no chão
Dou vitória à razão
E não quero acordar
Tenho medo de deixar de sonhar

Quem diria o sol viria me beijar
E que as estrelas do céu
Brilhariam no meu olhar
E não quero acordar...

Tenho um sorriso no coração
E tenho uma certa paz
Que me satisfaz
E tenho memórias de momentos
Que ficaram lá atrás

E não quero acordar

Tenho medo de deixar de sonhar"

Sara Tavares


Porque é assim que me sinto, hoje.

Curiosa, agora, para ouvir o seu mais recente trabalho...

sábado, janeiro 14, 2006

Novos pormenores

Não que sejam novos na blogosfera.
Novos sim, para mim, que não conhecia.

Novas propostas que vos apresento aqui, no meu bloguito...
Deliciem-se a visitar outras paragens!

Ausente

Durante quase uma semana.
Estive (algures) na capital.
Sim, é verdade.
Para descontrair, divertir-me... mas também para falar com algumas pessoas...

Deu para rever umas, conhecer outras. Interessantes.

Para fechar em beleza, estive no Jardim de Inverno do Teatro S. Luís, sentada numa das primeiras mesas de café, a ver Maria Rueff, Manuel Marques e Bruno Nogueira em "Antes Eles que Nós".
Apenas o confirmar de três referências do humor nacional...
Adorei!
Assim, tão perto... sabe tão bem!

segunda-feira, janeiro 09, 2006

Vagueando...

... por outros blogs.


"O ano começa. Chega a altura dos balanços. Meio que perdida precisei de saber quem sou. E partilho! Para ler aos bocadinhos e saborear. Lê hoje, e volta amanhã para ler o resto. Não tenhas pressa... Eis-me assim:

(...)
Mas eu sou apenas eu, com todos os defeitos
e virtudes daí inerentes.
(...)
Gosto do meu nome,e não me podia identificar mais com o meu signo e ascendente.
(...)
Agora espero que me apareça uma oportunidade
para eu voar daqui para fora
e ser feliz debaixo de outro sol.
(...)
Choro por mim, choro pelos outros,e choro quando me sinto estranhamente feliz!
(...)
Nunca me traí
e nem sequer aos meus princípios.
Tenho valores enraizados, e não gosto quando os deturpam.
Não me arrependo do que faço.
Embora já me tenha arrependido de algumas entregas mais precipitadas.
Mas nunca tentei apagar o meu passado.
Já caí e aprendi a levantar-me.
Até que caí de novo e levantei-me sozinha.
Caí mais uma vez.
E percebi que nasci para ser uma criança grande sempre a tombar
e a aprender sempre com isso.
(...)
Gosto de cantar.
(...)
Por vezes gosto de me desligar do mundo.
(...)
Sou apaixonada pelas coisas belas da vida.
Sou apaixonada pelo sol.
Sou apaixonada pela intensidade com que as coisas acontecem.
Já tentei impressionar alguém.
E já impressionei sem esforço.
Já conquistei sem ser conquistada.
Já fui conquistada sem conquistar.
(...)
Gosto de homens bonitos.
Mas definitivamente sou tentada por aqueles
que sabem conversar.
Sou capaz de passar horas a trocar experiências.
É para mim um dos mais belos prazeres da vida.
Sou perfeccionistae por isso demasiado exigente comigo e com os outros.
Gosto do meu sorriso.
Gosto de sorrir.
(...)
Tenho medo de envelhecer.
Tenho medo de não chegar a viver o que anseio.
(...)
Adoro oferecer presentes.
E seria irónica se dissesse que não gosto de receber.
Gosto que me ofereçam livros.
Gosto do cheiro de livros.
Gosto de cheiros.
Gosto de aromas e fragrâncias.
Gosto de perfumes.
Gosto de identificar as pessoas com o seu perfume.
(...)
Por favor não fumem junto de mim.
Por favor não bebam em demasia quando estão comigo.
Eu mostro como é possível divertir-mo-nos sem mais nada.
Não uso drogas, nem nunca usei.
Nunca experimentei sequer.
(...)
Não gosto que me olhem de lado.
Fico furiosa com mentiras.
Odeio a hipocrisia e inveja.
(...)
Gosto de dormir. Mas não quero deixar de viver para o fazer.
(...)
Sou equilibrada.
Mas muito inconstante.
O que hoje é
pode facilmente deixar de ser amanhã."

Estas são as passagens que podiam ter sido escritas por mim...

Tomografia das Emoções 3

"o amor...sempre

(...)como esquecer a nossa própria mão, o nosso coração a bater, os nossos cabelos que se remexem? assim seria esquecer-te, seria esquecer-me de mim naquilo que é impossível; embora muitas vezes me esqueça de mim por estar mais atenta a ti que és eu. és sangue que corre dentro de mim e me alimenta, és ar que respiro e me sustenta, és doçura que me enleva e me acalenta."

"há dias assim...

...em que os olhares se cruzam escondendo a sua dor demasiado visível."

"olho...e choro

Olho o céu e choro, olho as orquídeas e choro, olho o sorriso de uma criança e choro, olho o raio de sol e choro, olho o brilho do teu olhar e choro, olho os teus dedos longos e choro, olho o teu pé delicadamente poisado e choro, olho teus ombros delicadamente robustos e choro...

Perguntam-me se estou saudosa, não.
Perguntam-me se estou apaixonada, não.
Perguntam-me se estou desgostosa, não.

Grito: estou viva e em estado de urgência."

"o fim do verão traz consigo um lençol de tristeza que nos cobre, como um nevoeiro cerrado que nos tolda a visão adivinhando a época das chuvas"

"Há alguns anos a infelicidade beijou-me, entregando-me traiçoeiramente à tristeza. Apesar dos esforços continuo sua prisioneira."

"Sputnik meu amor

'...tinha qualquer coisa especial, qualquer coisa que cativava as pessoas. Definir essa qualidade não é fácil, mas bastava fitá-la para a vislumbrar, sempre bem presente lá no fundo.' in Sputnik meu amor de Haruki Murakami"

Porque me leio nestas palavras.
Mais alguém?!

Tomografia das Emoções 2

"espera

Dói-me o corpo
De tanto esperar
por ti

Está fustigado
Pelas memórias
à flor da pele"


Já o sentiram?

Tomografia das Emoções

Um blog de uma amiga...


"Tempo...

'Não tenho tempo!' – frase dita e ouvida aos molhos, por quem choram os nossos olhos.

Como podemos ter ou não ter aquilo que não nos pertence?Nem sequer podemos dizer que exista fora de nós. Tempo não será mais do que uma concepção mnésica emocional que nos permite conceber uma ideia de passado e uma idealização de futuro, sempre com uma existência no presente?"

"melancolia, angústia e tristeza

Hoje sinto uma melancolia, angústia a e tristeza atroz. Parece que uma nuvem de solidão intersticial se abateu sobre mim, sinto-me confinada a um espaço que me sufoca e de onde não sinto força para sair. É como se tivesse um nó na garganta que me sufoca e que se vai esgueirando para me espremer as glândulas lacrimais. Rebolo-me em emoções que não consigo digerir como gostaria, elas enrodilham-se em mim, prendem-me braços e mãos, torcem-me os pés, confinam-me o pescoço, deixando-me quase imobilizada.
A minha alma precisa de creme e máscaras de beleza, precisa de mimos e carinhos, está tão áspera, parece ter perdido algum brilho e a sua tensão constante deixa-a com um ar retorcido.
Felizmente que não acontece todos os dias."

"De ano para ano a estrada para o Natal vai-se deteriorando. Antes era bem asfaltada, ampla, iluminada e iluminável. As pessoas circulavam sem grandes contratempos, raramente havia filas e quando havia eram como que um apelo ao convívio salutar. Ninguém se lembrou da sua manutenção. Ou melhor, talvez muita gente se lembrasse, mas o comodismo falou mais alto e esperou-se que o Espirito Natalício (E.N.) cuidasse de o fazer. Pobrezito, primeiro foi chicoteado pelo individualismo, depois foi atacado por uma epidemia chamada consumo que, infelizmente, evolui e que agora se encontra no seu tipo mais grave: o tipo desenfreado. (...)"

"Verdade?!!!!

(sobre o filme 'Closer', com Jude Law, Natalie Portman e Julia Roberts)

(...)
Obra de expressão artística que nos reflecte, ainda que num simples esgar, tornando-se possível consciencializarmo-nos dos excessos, do grotesco e do ridículo que protagonizamos. Assim podemos encetar nova busca, questionar e experimentar novos ‘papeis’, novas ‘verdades’.
(...)"

"Papinha para bebé

(...)
'Quais horizontes abertos? Quanto mais sabemos, mais temos com que se preocupar!' Felizes os ignorantes!!!!!!"

"as lágrimas do teu pranto e as gotículas do teu suor, são sofregamente sorvidas pelos meus lábios ressequidos... enquanto não chove "

"'Um olhar,
um olhar só.
Depois, um esgar
displicente…

Cravam-se sulcos
na pele da alma
crateras afundadas
na pele da pele.'
poesia de Isabel.J."

"não representação

A existência etérea que uma pessoa ocupa noutra tem a sua dimensão estética de uma beleza exasperante. Beleza que a faz existir sempre fora do outro, sem nunca dele fazer parte, como uma imagem bidimensional que se admira num processo perfeitamente isolado e solitário, de fruição masturbatória em que o outro funciona como estímulo meramente pontual. Todos querem não ser esta pessoa ainda que confusamente se movam nesse sentido, ocupando um estar hiperrealista em que a forma sem cores domina em relação ao conteúdo do outro para se centrar no núcleo fantasioso do próprio. Resultando num abandono do outro que inicialmente parecia ser o centro da existência do próprio, outro que esteve sempre fora, sempre excluído, sempre entregue a si mesmo na ilusão da partilha.Solidão que nos une no desespero de não termos nem sermos uma representação real, afectiva e efectiva no outro."

"Verbo saber

- Sabes!???
- Sei!
- Sabias todo este tempo?
-Sabia antes de ti!
- Como soubeste?
- como se sabem as coisas importantes!
- Também queria ter sabido!
- Ficaste a saber agora!
- Se soubesse antes...
- Saberias mais cedo!
- Agora…sabendo….
- Sentes-te mais sábia???
- Não sei...."

Ainda há muito mais!

O que fazer?

Com a certeza?
Será que volto a ter outra?!
Se sim... mais absoluta?
E se não... que faço com a que tenho?

(Escrito esta noite, enquanto esperava pelo sono.)

Facto

Há dias constatei uma coisa: recuperei uma segurança (em mim) que julgava perdida. :)

O meu orgulho (2)

Porque este tem de ser colocado na íntegra.


"De como me tornei benfiquista

Nasci no Porto há 52 anos, e aí vivi até aos 18, altura em que a música me trouxe, para ficar, até Lisboa.
Desde muito novo habituei-me a acompanhar o meu pai ao velho Estádio das Antas, onde, como a esmagadora maioria dos Portuenses, torcia e vibrava com as vitórias do clube da minha cidade, que, sendo ao tempo poucas fora de portas, eram nos jogos em casa uma quase certeza.
Teria eu una 13, 14 anos, já o S. L. B. era bi-campeão europeu, chegou o dia de mais um Porto-Benfica e como sempre rumámos ao estádio com a fé inabalável de que nas Antas mandávamos nós e o grande Benfica regressaria a Lisboa mais pequeno depois daquela tarde de futebol.
Desportivamente, assim foi. O Porto venceu o jogo e embora o campeonato estivesse perdido, pelo menos uma vez esse prazer já ninguém nos tirava. Como habitualmente, ficámos a saborear o momento por uns bons minutos na bancada central, enquanto o estádio se esvaziava e o regresso a casa se tornava então mais fácil.
Foi já no exterior do mesmo que presenciei a cena que mudou o meu adolescente amor clubista e me formou definitivamente a consciência contra a injustiça da força bruta.
Três adeptos do Benfica, pai e dois filhos, equipados a rigor, festejavam, apesar da derrota, a alegria de pertencer ao maior clube português, entoando cânticos de louvor aos campeões europeus que, poucos minutos antes, tinham, uma vez mais, perdido um jogo nas Antas.
De repente, numa questão de segundos, vi-os serem violentamente agredidos por um grupo de adeptos do Porto, deixando-os a sangrar, sem que os muitos outros que por eles passavam fizessem alguma coisa para o evitar, antes pelo contrário, incitanto o grupo de agressores a perpretar o seu acto com um ódio que ainda hoje me perturba saber ser possível, pela irracionalidade que o futebol desperta em muitos dos seus adeptos.
Dirigimo-nos, o meu pai e eu, até aos três benfiquistas, certificámo-nos de que os estragos eram mais ao nível da alma do que do corpo, apesar do sangue e dos hematomas visíveis, e, protegendo-os com os nossos cachecóis azuis e brancos, trouxemo-los até ao velho Taunus do meu pai, no qual lhes demos boleia até longe do estádio, percebendo que felizmente não necessitavam de quaisquer cuidados extras.
Foi então que o pai dos dois rapazes, quando nos despedíamos, sem dizer uma palavra, despiu a camisola vermelha que vestia sob um velho casaco e, depois de pedir licença ao meu pai, me a ofereceu, dizendo-me 'um rapaz como tu merece uma camisola do Benfica'.
Confesso que na alma fiquei tão confuso com os meus próprios sentimentos que deixei de ir ao futebol durante uns anos, até porque poucos meses depois nasceu o 'Pop Five Music Incorporated' e com ele a minha vida de músico ao tempo ainda amador, que me ocupava a maioria dos fins-de-semana.
Tinha dezoito anos quando voltei a ter vontade de entrar num estádio de futebol. Estávamos em 1969, e levei vestida a minha camisola do Benfica quando pela primeira vez me sentei no Estádio da Luz. Senti nesse dia que seria aquela, para sempre, a minha nova casa."
Tozé Brito

domingo, janeiro 08, 2006

Universais

Os amores
Os desamores
As alegrias
As tristezas
As dúvidas
Os medos
As angústias
Os pensamentos
As emoções
As vivências
...

Todos passamos por isso
Uns mais cedo, outros mais tarde
De forma mais positiva ou negativa
Tirando mais ou menos partido das experiências
...

Por isso é que o meu bloguito faz sentido. Acho eu, claro. Sou suspeita? Talvez. Mas além de ser bom para mim, ao ir escrevendo... Acho que acaba por ser bom para quem lê. Identifica-se sempre com alguma coisa... Não sei, digo eu. Acredito que sim.

Prendinhas

Gostei de todas as minhas prendas de Natal.
Mas claro que havia aquelas pelas quais mais ansiava...

Um CD: "Ao Vivo" dos Clã.

Cinco livros: "A Chuva Pasmada" de Mia Couto (que já li), "A Alma do Mundo" de Susanna Tamaro (que estou a ler), "Não me contes o fim" de Rita Ferro, "As Intermitências da Morte" de José Saramago e, last but not least, "Livro do Desassossego" de Fernando Pessoa (o mais aguardado!).

Quanto ao livro de Mia Couto, já falei.
O de Susanna Tamaro ainda estou a ler. Gosto. Um pouco pesado, no sentido de que é muito de reflexão existencial e assim...

De qualquer forma, vou aqui deixar aquelas frases que, normalmente, vêm no início dos livros (neste caso, dos livros que referi atrás)... geralmente citações de outros autores...


"Não te admires por eu dizer: deveis nascer de novo. O vento sopra onde quer: e tu ouves a sua voz, mas não sabes deonde vem, nem para onde vai. Assim é todo aquele que nasceu do Espírito. (S. João 3, 1-9)"
A Alma do Mundo

Identifico-me mais com a primeira frase. Porque às vezes é o que sinto, que talvez devesse nascer de novo. Outras vezes, a sensação é a de que não pertenço a esta época.


"Tentei ser normal, mas não consegui. (David Byrne)"
Não me contes o fim

Mal recebi este livro, reparei logo na frase.
Escusado será dizer que me li nela, de imediato.


"Saberemos cada vez menos o que é um ser humano. (Livro das Previsões)"
As Intermitências da Morte

Já divaguei um pouco sobre isto. Concordo.


"Pasmo sempre quando acabo qualquer coisa. Pasmo e desolo-me. O meu instinto de perfeição deveria inibir-me de acabar; deveria inibir-me até de dar começo. Mas distraio-me e faço. O que consigo é um produto, em mim, não de uma aplicação de vontade, mas de uma cedência dela. Começo porque não tenho força para pensar; acabo porque não tenho alma para suspender. Este livro é a minha cobardia. (- Trecho 152)"
Livro do Desassossego

Génio?! Palavra que talvez não consiga abranger e caracterizar Pessoa.
Não vejo a hora de começar a lê-lo.
Quando isso acontecer, vou partilhando... vou deixando aqui algumas passagens... que vão ser muitas, certamente!

sábado, janeiro 07, 2006

Siderada

Completamente!

Há uma música brasileira que, sempre que a ouço, me deixa a pairar...

Mas há pouco, e pela primeira vez, reparei na letra.

Agora estou sem palavras, tamanha é a comunhão dessas palavras com um determinado momento meu.

"E cada vez que eu fujo, eu me aproximo mais (...)"

Inexplicável!
Sempre que isto me acontece fico assim...

sexta-feira, janeiro 06, 2006

Definitivamente...

... arrumado.

Estou de alma lavada! :)

Também quero

O mais recente livro de António Lobo Antunes: quero-o!
Pelo que já ouvi falar na comunicação social... só pelo autor...
Este Natal comprei-o mas para o oferecer aos meus titios. Imperativo!
Agora tenho mesmo de comprá-lo só para mim.

Entretanto, descobri que o Pedro Ribeiro (que eu admiro imenso) também admira o autor a que me refiro. Faço minhas as palavras dele. Porque também ele escreve coisas muito bonitas.

"Escreve e diz coisas extraordinárias, às vezes; tantas vezes.Ando a ler o livro das cartas dele para a mulher, quando ele estava na guerra colonial. Maravilhoso. A começar pela capa. Tanto dito numa imagem a preto e branco...Depois li aqui, que eles se separaram e que ele reconheceu a estupidez da decisão, pela vida fora. É sempre assustador e inquietante por um lado, mas por outro lado se calhar natural e apenas humano, que um Amor o seja...só enquanto o é. Mas olhando para estas cartas, e o enorme amor que delas emanava, ao perceber toda a fúria de um Amor exacerbado, como todos, pela distância, mas real, como poucos, na transparência das palavras escritas...eu queria que tivesse sido para sempre. Bem, agora que penso nisso, claro que foi para sempre, à sua maneira. Mas, por um momento, pareceu que a vida não esteve á altura de um amor assim, o que é triste.
António Lobo Antunes é um escritor que é, para este leitor; que é um leitor, face ao seu génio impreparado mas sempre empenhado, ambivalente...Eu adoro algumas coisas que dele li (a frase "triste como um pátio à chuva" é das coisas mais extraordinárias que alguma vez descobri num livro)...outras...estranho-as ao ponto de nunca as assimilar.
Ele é demasiado grande para mim. Mas hoje voltei a sentir-me próximo dele; eu que só o conheço dos livros. Foi por causa de uma ideia que ele tem, que é esta:
'É mais sensual uma mulher vestida do que uma mulher despida. A sensualidade é o intervalo entre a luva e o começo da manga'.
Este homem sabe. E sabe que sabe. O homem que eu adorava entrevistar, mas nunca terei coragem de convidar."

Também eu gostava de entrevistar António Lobo Antunes.
Mas também Pedro Ribeiro.
Um dia, quem sabe...

segunda-feira, janeiro 02, 2006

Porque sim

Em tempos, alguém chegou a dizer-me:

"Só tu consegues ter o meu olhar, escrito nos sonhos, abraçado ao mar"

"também basta ver o teu nome no ecrã para eu 'assaltar o céu e no céu sonhar'!"


Agora, apetece-me escrever:

"Tentei não te procurar
Esquecer esse teu olhar"

...

Solução

Creio que a melhor solução para se passar uma noite (ou qualquer momento que seja) agradável é não planear.
Pelo menos, não ao pormenor.

Claro que já o pude comprovar antes.
E claro que também já passei grandes momentos, mesmo planeados.
Mas nada como nos deixarmos levar...

Isto para dizer que a minha noite de fim-de-ano foi altamente. Superou todas as minhas expectativas!
Também (devo dizer) não estava com o mínimo espírito. Portanto, tudo o que aconteceu foi bom e inesperado. Tirando a chuva...

O jantar no Fernande's, o passeio pela marginal - na Figueira (apesar do frio), do gelado na Emanha (de chocolate, claro), do fogo de artifício, do quentinho da Emanha (enquanto esperávamos que a chuva parasse), do regresso ao carro (com toda a gente a cumprimentar e a meter conversa), da visita à Marise (pena que não tenha saído connosco) e da ida à disco...

Claro que o mais importante foi a companhia. Fez-me muito bem. Principalmente aquele espírito que me rodeava. Mesmo dos desconhecidos com quem nos cruzávamos.

Muito bem, também, fez-me a disco.
Eu, que já não saía há séculos!
A música , o ambiente, a(s) pessoa(s)...

Resumindo: a neura com que estava foi substituída (e bem) por um novo ânimo.
Vou agarrá-lo!

Novo ano

De entre os sms de bom ano que recebi, retiro uma frase:

"Acrescenta vida a este novo ano e não somente mais um ano à tua vida".

Pois é mesmo o que vou fazer: venha 2006!

A propósito...

Há dias, no programa "Saia Justa" (do GNT), fizeram um jogo interessante. Resolvi adoptá-lo.

Consiste em dizer, numa só palavra, o que foi 2005 e, também numa palavra apenas, o que se espera de 2006.

Para mim, 2005 foi... Transição.
Estagiei em Lisboa, deixei o estatuto de estudante, acabou o meu namoro, saí - recentemente - do local onde estava a trabalhar (embora vá continuar a colaborar com eles)...

Quanto a 2006, espero... Trabalhar.
Essencialmente isso.
Além de crescer (sempre!), reflectir e rir muito.

Aproveito e deixo aqui o desafio para que coloquem também as vossas respostas. :)

Odete

O mais recente filme português, que está agora nas salas de cinema nacionais, tem uma frase de apresentação (se assim se puder designar) interessante:

"O amor é mais forte que a morte".

Que época esta, recheada de filmes, peças de teatro e tantas outras coisas...
Simplesmente não posso deixar de ir ver!
Só que os euros não dão para tudo... logo, sou obrigada a optar...

Pronto

Voltei a vê-lo!

(Uma palavra para aquele olhar: desconcertante!)