quarta-feira, setembro 26, 2007

Medo de amar

"(...)
ter o amor rejeitado,

nem se fala,
é fractura exposta,
definhamos em público,
encolhemos a alma,
quase desejamos uma violência qualquer vinda
da rua para esquecermos dessa violência vinda do tempo gasto e vivido,
esse assalto em que nos roubaram tudo,
o amor e o que vem com ele,
confiança
e estabilidade.
Sem o amor, nada resta, a crença se desfaz, o romantismo
perde o sentido, músicas idiotas nos fazem chorar dentro do carro.
Passa a dor do amor, vem a trégua, o coração limpo de novo, os olhos novamente secos, a boca vazia.
Nada de bom está acontecendo, mas também nada de ruim.
Um novo amor? Nem pensar.
Medo, respondemos.


Que corajosos somos nós,

que apesar de um medo tão justificado,
amamos outra vez e todas as vezes
que o amor nos chama, fingindo um pouco de resistência mas sabendo que para sempre é impossível recusá-lo."


Martha Medeiros

2 comentários:

Frédéric disse...

"apesar de um medo tão justificado,
amamos outra vez e todas as vezes
que o amor nos chama"

..mas nunca como a primeira vez!

SoNosCredita disse...

pois...