quarta-feira, novembro 30, 2005

Daquelas coisas


Acabei de ouvir, aqui na Maiorca FM (na emissão), uma música que já não ouvia há tanto tempo... não sei contabilizar...

Que giro.

É daquelas coisas que marcam logo o nosso dia.
Incrível.
Estou capaz de percorrer o mundo, cantar e dançar até não poder mais, abraçar aqueles que amo.

Não sei se é este o título da canção, mas é o verso que domina:
"Tell me how will I know who you are?"

Dia novo

Vida nova?!
Pode ser que sim, pode ser que não.

Agora, até sexta-feira, encontro-me em tomada de decisão.
Depois, daí a uma semana, pode acontecer uma de duas coisas: continuar onde estou (nada mal) ou mudar (espero eu, para melhor).

A ver vamos.


Será que as decisões têm de ser sempre difíceis?

terça-feira, novembro 29, 2005

Simplesmente


Dói-se-me.
A alma.
O peito.
Uma dor profunda e constante.
Que não me abandona.

Até custa respirar.

No fundo, sei que acaba por passar.
Com o tempo...

Sinto...

... um desgaste, sempre que sou invadida sem permissão.

Actualidades

(Escrito ontem, 28 de Novembro de 2005, à noite, já depois do Telejornal)


"Tradição", "História", "Cultura", "Património"...
Palavras utilizadas até à exaustão, por quem defende a manutenção dos crucifixos (ou qualquer outro símbolo referente à religião Católica) nas escolas públicas do país.

Pois eu sou pela decisão do Ministério da Educação, que aplaudo.
Só espero que a medida vá mesmo em frente, contra tudo e contra todos.
Enfim.


Lógico (parece-me), num regime democrático que é - ou talvez devesse ser - o nosso.

Há que tentar, aos poucos (é certo), extinguir esse tipo de monopólios instalados.

E, pela primeira vez, gostei de ouvir a deputada Ana Drago (Bloco de Esquerda), na Sic Notícias, num debate a dois (além do moderador) sobre este tema, precisamente.


(Não quero, com isto, parecer que estou 'de ferro e fogo' contra a Igreja Católica.
Simplesmente, não entendo o poder que tem, as multidões que arrasta, a mentalidade que defende.
Entenda-se que, por mim, nem seriam necessárias religiões.
Fazer o bem não passa (acredito) por uma sala cheia de gente a rezar uma missa. É muito mais do que isso.

Utopia?! Talvez...)

Finalmente

(Escrito ontem, 28 de Novembro de 2005, enquanto regressava a Coimbra)


Ao fim de quase 3 meses, comecei finalmente a fazer informação em directo.

Devo dizer que tinha algum receio.
Principalmente, tendo em conta os stresses que já tive 'no ar'.
No entanto, até correu bastante bem.


Ansiedade e nervoso miudinho, claro.
Mas isso faz parte da adrenalina da rádio.
Agora, senti que já estava a precisar de o fazer. E, por isso, soube-me muito bem.

Há que dar um passo de cada vez.
É assim que deve ser.

(Mas sempre com outros voos em mente!)

segunda-feira, novembro 28, 2005

Actualizando

Bem, aqui estou eu para actualizar o post "Recordações".

Se repararem, houve alguém (uma colega de curso) que escreveu um comentário sobre isso no post "In Love".

Percebi a mensagem!

Realmente, já me tinha passado pela cabeça.
Pela intenção do sms.
Mas sempre me pareceu demasiado surreal.
Enfim.

Ao menos, já não morro sem saber...

sexta-feira, novembro 25, 2005

In love


(Escrito ontem, 24 de Novembro de 2005, à noite)


"Resta-me partir e viver ou ficar e morrer"
Romeu e Julieta, William Shakespeare

Porque às vezes, o amor verdadeiro não está no caminho mais fácil.


Ontem, vi, mais uma vez, o filme "Shakespeare in Love" (no canal Hollywood).
Não me canso.
Transmite tão bem esse sentimento, grandioso, que não me deixa indiferente.

Deixa-me, principalmente, saudoda de uma época que não vivi - mas que sinto conhecer como se a ela pertencesse - em que o amor era vivido até ao limite, com toda a intensidade que lhe é (ou deveria ser) inerente. Porque só assim faz realmente sentido.
Especial, único, irrepetível. Puro. Impulsionador dos pensamentos e dos actos mais inesperados. E também dos mais sinceros.

Sentimento que (dizem) só acontece uma vez na vida.
Encontro de almas.

Sentimento que não se escolhe ou determina.
Simplesmente... acontece!

quinta-feira, novembro 24, 2005

Transe

(Escrito ontem, 23 de Novembro de 2005, à noite)


Palavras para quê, quando não somos respeitados na nossa própria casa??!
Quando não nos encaram como somos: indivíduos com uma identidade própria, uma personalidade, valores, crenças, pensamentos, opiniões, vivências...

Nada pior do que sermos ignorados, desprezados enquanto seres pensantes.
Nada mais castrador do que não nos levarem a sério, só porque somos 'mais novos'.
Esquecem-se que podemos ser (mesmo!) mais inteligentes, sensíveis, perspicazes, intuitivos...


Se é para ser assim (coisa que - acredito - acontece em muitos lares, mesmo), há pessoas que não deveriam poder constituir família.

Principalmente quando é na família que se descarregam frustrações alheias.

Repugnante

(Escrito ontem, 23 de Novembro de 2005, ao final da tarde)


A Igreja Católica decidiu banir do seu monopólio os homossexuais.
Aplausos?!

É por estas e por outras que me recuso a vincular (novamente) a qualquer religião, principalmente a protagonista dos noticiários de hoje - e dificilmente poderei mudar de ideia.
Infelizmente, demasiado influente (a Igreja) em todo o mundo.

É, também, por estas e por outras que, se alguma vez me casar, fá-lo-ei apenas pelo Civil.


Repugnam-me certas mentalidades.

Abaixo a hipocrisia!

quarta-feira, novembro 23, 2005

Recordações


(Escrito a 19 de Novembro de 2005)


Volta e meia, recordo com carinho o que vou agora contar:


Entrei no curso de Comunicação Social em 2001 e, portanto, a minha primeira Queima das Fitas foi já em 2002.
Nesse ano (não sei se voltou a ser assim no seguinte), havia um serviço de sms, para o qual as pessoas enviavam mensagens - para um determinado número - que depois passavam, em rodapé, nos écrãs gigantes do recinto.
Na altura, achei imensa graça à ideia (aliás, não percebo porque é que acabou) e até comentei - não me lembro com quem - que não me importava nada :) que enviassem uma mensagem para mim. Comentário normal, acho. Uma afirmação completamente espontânea, sem qualquer segunda intenção, não acreditando eu (verdadeiramente) que se pudesse concretizar.

Até que houve um dia dessa semana, não sei quando... talvez no fim-de-semana (tendo em conta que a Queima começa sempre a uma quinta-feira), em que uma das pessoas com quem estava veio ter comigo a dizer que tinha visto uma mensagem para mim.
Claro que a minha primeira reacção foi não acreditar, perguntar se ela tinha visto bem, se não estaria a gozar comigo (ah, não tinha comentado nada com ela!). Mas ela garantia que sim, que tinha visto muito bem.
A verdade é que pude confirmar por mim mesma que ela não estava a mentir. Por várias vezes, até. Talvez tenha visto a tal mensagem aí umas 4/5 vezes, em 3 dias. Qualquer coisa assim.

Devo dizer que gostei. Não consigo descrever o que senti, mas gostei. Alguém quis dizer-me algo, só para mim, mas ao mesmo tempo, quis que toda a gente soubesse. Foi estranho.
Já lá vai um tempito, mas se bem me lembro dizia assim:

"CARINA (COM.SOCIAL-ESEC): ÉS LINDA! ESQUECE O PASSADO E OLHA À TUA VOLTA"

Era isto.
O suficiente para ter a certeza de que aquela "Carina" era eu.
Aquela mensagem era, de facto, para mim.
Simples. Mais directa impossível. Muito especial.

Primeiro pensei que pudesse ter sido alguma amiga minha. Ou um amigo. Colegas.
Mas não podia ser.
Ninguém conhecia assim tão bem a fase que eu estava a atravessar. Só os meus titios souberam realmente o que me aconteceu, porque me acompanharam de perto.
Ainda perguntei a algumas pessoas, mas mais por descargo de consciência.
Em vão.

É daquelas coisas que, como costumo dizer, vou morrer sem saber.
Seja quem tenha sido, não quis que eu soubesse quem era. Respeito, que remédio. Mas claro que tenho curiosidade. Se calhar até é melhor assim.
Para ele/a: Obrigada. Acredita que adorei!

Das poucas coisas "inusitadas" que me aconteceram, até hoje.
Uma boa recordação que, de vez em quando, me assalta o pensamento...

segunda-feira, novembro 21, 2005

Provisoriamente...

... sem computador.

Felizmente, por um lado, porque já estava farta. Sempre a bloquear, por causa dos vírus.
Mas por outro lado, é cada vez mais complicado passar sem computador. E sem Internet!

Incrível, a dependência que adquirimos a uma simples máquina.


Até um dia destes...

quarta-feira, novembro 16, 2005

Custa...

... pensar que há pessoas que convivem connosco durante tanto tempo e, mesmo assim, não conhecem nada sobre nós.

Porque, simplesmente, não nos vêem!

terça-feira, novembro 15, 2005

sábado, novembro 12, 2005

Êxtase total!!!


Bem, já estou novamente em Coimbra.
E onde fui eu, poderiam perguntar.
A Lisboa. Ver os Backstreet Boys ao Pavilhão Atlântico.

O último da Never Gone Tour.



Que poderei eu dizer de um concerto que já esperava há 7 anos?!

Simplesmente fabuloso, fantástico, maravilhoso, electrizante, emocionante, inesquecível... Único!

Haverá uma única palavra que o possa descrever? Não creio. Ou, pelo menos, não consigo encontrar uma.

Claro, agora poderão estar algumas pessoas a ler este post e a gozar (talvez) com o meu gosto.
Whatever, quero lá saber.
Adoro-os! Desde o início.
E, coerentemente, há mais de sete anos, no dia 15 de Abril de 1998 (uma quarta-feira), estive na Praça de Touros, em Cascais, para os ver.
Foi a primeira vez (e única, até ontem) que eles vieram a Portugal.
Um delírio para mim, naturalmente!
Ainda andei uma semana afónica, tal foi a gritaria.
Ah, e o melhor foi tê-los apanhado a caminho do concerto.
É verdade, a camioneta onde eles iam foi sempre atrás de mim. desde a portagem na auto-estrada à entrada para Cascais (acho eu) até ao local do concerto.

Foi giríssimo.

Hoje não estou rouca – até porque já sei gritar sem forçar as minhas cordas vocais (‘ossos do ofício’).

Mas estou extasiada, anestesiada, maravilhada... não sei... adorei!


Impossível explicar o efeito que a música deles produz em mim.
Talvez seja mais por tudo o que já significam, pelo que representaram (principalmente) na minha adolescência.

Agora é diferente, é um sentimento mais calmo :) cresci, amadureci, e portanto é natural que seja diferente. Para melhor.

Enfim, nem tenho palavras para descrever e/ou transcrever. Esta é, provavelmente, uma tentativa que sai fracassada...



Como se não bastasse, desta vez houve uma primeira parte... feita por um grupo português...
Quem?!
Os Anjos!!!

Quem mais poderia ser?
:)))
Foi ‘ouro sobre azul’!

E para eles mais do que merecido!


O concerto dos BSB foi ontem. Só que eu fui mais cedo para Lisboa, na quinta-feira ao final do dia.
Para ver, precisamente, os Anjos, em Torres Vedras.
Já chegámos (eu, Ana e Marisa) tarde – o concerto já tinha começado.
Mas depois foi a curtir até ao final.
Para terminar em beleza, fomos ter com eles: o objectivo era (eu) gravar com o Nelson e o Sérgio uns Ids para mim e para a Maiorca FM. Infelizmente o barulho era tanto que não iria permitir fazermos um bom trabalho. E, portanto, fica para outra altura, a marcar previamente.
No meio disso tudo, ainda estivemos um bom bocado com eles – o que já não acontecia há (mesmo) muito tempo.

Escusado será dizer que eles estavam radiantes com a notícia (talvez apenas confirmação) que tinham recebido naquele mesmo dia – fazer a primeira parte do concerto dos BSB.

Uma coisa que me esqueci de lhes dizer: Muitos Parabéns!



Agora é regressar à rotina.
Difícil por um lado, porque a vontade era continuar neste ritmo.

Necessário por outro, para voltar a Terra.

segunda-feira, novembro 07, 2005

Solidão

Desespero

Às vezes assusto-me...
Tamanha é a solidão que me invade!

Curioso


Em tempos, lá na minha adolescência, comecei a escrever um diário.
Num belo dia, acho que num meu aniversário, uma amiga da minha mãe ofereceu-me um (às flores).
Claro que, no início, escrevia nele todos os dias.
Mas foi ‘sol de pouca dura’.
À medida que o tempo ia passando, cada vez menos vezes pegava nele para escrever...
Até que o abandonei completamente.



Certo dia, lembrei-me de pegar nele para o ler.
Detestei o que encontrei.
Que fiz eu, perguntam vocês?!
Arranquei nas páginas escritas, rasguei-as e queimei-as.
E porquê?
Porque não gostei mesmo nada de ler o que lá estava.


Talvez por me ter sentido demasiado exposta, demasiado ridícula.

Mas também, e em grande parte, por não suportar a ideia de que alguém, algum dia, poderia encontrá-lo e lê-lo.


O que é curioso, no meio disto tudo, é agora (em Setembro) ter começado a escrever este meu bloguito.
Que acaba por ser um diário, porque pessoal.

Aqui exponho os meus pensamentos, os meus sentimentos e sensações, deixo as minhas opiniões...
Reflecte-me, por opção. E gosto disso. Gosto de me dar a conhecer desta forma. Porque sou eu que a controlo, que a permito, que a conduzo.


São as minhas pormenoridades!

Juventude equivocada?!

“Três em cada cinco adolescentes norte-americanos com acesso à Internet já colocaram material ‘on line’ e um quinto tem mesmo um ‘blog’, segundo um estudo divulgado pela Pew Internet and American Life Project.” (in Diário de Coimbra de 07-Nov-2005)


Não considero, de todo, mau sinal. Muito pelo contrário. É bom para estimular certas capacidades, como a expressão, a escrita...

Mau se estes dados reflectirem um fenómeno, ou seja, algo passageiro, que só acontece porque está na moda.


Cada vez mais tenho a sensação de que as gerações actuais (refiro-me em Portugal, por ser a realidade que conheço), mais novas, vivem muito da aparência, do ter a playstation tal, ou o computador assim, ou ainda o telemóvel assado... além, claro, da roupa: desde sapatos, sapatilhas, calças, camisolas, casacos... passando, depois, pelo grupo de amigos, pela família (o que é que faz o pai, a mãe...) e respectivo nível económico... não sei, não percebo...

Será só impressão minha?


Claro que há aquelas coisas naturais da idade, da procura de identidade, da afirmação pessoal e social.
No meu tempo também havia!

Mas sinto que era diferente. Não era tudo tão supérfluo, tão fútil.

Sobretudo, os adolescentes (principalmente) começam, desde muito cedo, a experimentar muitas coisas... algumas para a idade, outras nem tanto.
Sim, pode ser um tanto ou quanto subjectivo.
Crescem, de facto. Mas por fora. Pela aparência (que, na maioria dos casos reconheço que é boa, arranjam-se bem, são bonito/as, vistoso/as), por alguns comportamentos – como os namoros, as curtes, as saídas à noite.Falta o resto. O essencial. A maturidade. A responsabilidade. Os objectivos, os projectos a longo prazo.


Parece-me a mim!

domingo, novembro 06, 2005

Para quê?


Procurar respostas para as quais nunca teremos resposta... para quê?



"Porque o único sentido oculto das coisas
É elas não terem sentido oculto nenhum."

Alberto Caeiro


"(...)
Não me venham com conclusões!
A única conclusão é morrer.
(...)
Que mal fiz eu aos deuses todos?
Se têm a verdade, guardem-na! (... )
Ó céu azul - o mesmo da minha infância -,
Eterna verdade vazia e perfeita!
(...)"

Álvaro de Campos

Elogio ao Amor

De Miguel Esteves Cardoso (in Expresso, Fri, 16 Sep 2005)

“Quero fazer o elogio do amor puro. Parece-me que já ninguém se apaixona de verdade. Já ninguém quer viver um amor impossível. Já ninguém aceita amar sem uma razão. Hoje as pessoas apaixonam-se por uma questão de prática. Porque dá jeito. Porque são colegas e estão ali mesmo ao lado. Porque se dão bem e não se chateiam muito. Porque faz sentido. Porque é mais barato, por causa da casa. Por causa da cama. Por causa das cuecas e das calças e das contas da lavandaria.

Hoje em dia as pessoas fazem contratos pré-nupciais, discutem tudo de antemão, fazem planos e à mínima merdinha entram logo em "diálogo". O amor passou a ser passível de ser combinado. Os amantes tornaram-se sócios. Reúnem-se, discutem problemas, tomam decisões. O amor transformou-se numa variante psico-sócio-bio-ecológica de camaradagem. A paixão, que devia ser desmedida, é na medida do possível. O amor tornou-se uma questão prática. O resultado é que as pessoas, em vez de se apaixonarem de verdade, ficam "praticamente" apaixonadas.

Eu quero fazer o elogio do amor puro, do amor cego, do amor estúpido, do amor doente, do único amor verdadeiro que há¡ estou farto de conversas, farto de compreensões, farto de conveniências de serviço. Nunca vi namorados tão embrutecidos, tão cobardes e tão comodistas como os de hoje. Incapazes de um gesto largo, de correr um risco, de um rasgo de ousadia, são uma raça de telefoneiros e capangas de cantina, malta do "tá¡ tudo bem, tudo bem", tomadores de bicas, alcançadores de compromissos, banalidades, borra-botas, matadores do romance, romanticidas. Já ninguém se apaixona? Já ninguém aceita a paixão pura, a saudade sem fim, a tristeza, o desequilíbrio, o medo, o custo, o amor, a doença que é como um cancro a comer-nos o coração e que nos canta no peito ao mesmo tempo?

O amor é uma coisa, a vida é outra. O amor não é para ser uma ajudinha. Não é para ser o alívio, o repouso, o intervalo, a pancadinha nas costas, a pausa que refresca, o pronto-socorro da tortuosa estrada da vida, o nosso "dá lá um jeitinho sentimental". Odeio esta mania contemporânea por sopas e descanso. Odeio os novos casalinhos. Para onde quer que se olhe, já não se vê romance, gritaria, maluquice, facada, abraços, flores. O amor fechou a loja. Foi trespassada ao pessoal da pantufa e da serenidade. Amor é amor. É essa beleza. É esse perigo. O nosso amor não é para nos compreender, não é para nos ajudar, não é para nos fazer felizes. Tanto pode como não pode. Tanto faz. É uma questão de azar. O nosso amor não é para nos amar, para nos levar de repente ao céu, a tempo ainda de apanhar um bocadinho de inferno aberto.

O amor é uma coisa, a vida é outra. A vida às vezes mata o amor. A "vidinha" é uma convivência assassina. O amor puro não é um meio, não é um fim, não é um princípio, não é um destino. O amor puro é uma condição. Tem tanto a ver com a vida de cada um como o clima. O amor não se percebe. Não dá para perceber. O amor é um estado de quem se sente. O amor é a nossa alma. É a nossa alma a desatar. A desatar a correr atrás do que não sabe, não apanha, não larga, não compreende. O amor é uma verdade. É por isso que a ilusão é necessária. A ilusão é bonita, não faz mal. Que se invente e minta e sonhe o que quiser. O amor é uma coisa, a vida é outra. A realidade pode matar, o amor é mais bonito que a vida. A vida que se lixe. Num momento, num olhar, o coração apanha-se para sempre. Ama-se alguém. Por muito longe, por muito difícil, por muito desesperadamente. O coração guarda o que se nos escapa das mãos. E durante o dia e durante a vida, quando não esta lá¡ quem se ama, não é ela que nos acompanha - é o nosso amor, o amor que se lhe tem.

Não é para perceber. É sinal de amor puro não se perceber, amar e não se ter, querer e não guardar a esperança, doer sem ficar magoado, viver sozinho, triste, mas mais acompanhado de quem vive feliz. Não se pode ceder. Não se pode resistir.

A vida é uma coisa, o amor é outra. A vida dura a vida inteira, o amor não. Só um mundo de amor pode durar a vida inteira. E valê-la também.”



Afinal, não sou só eu a pensar assim.

Enquanto não encontrar O amOr, prefiro estar sozinha.

Simplesmente porque não vale a pena de outro modo... se não for de corpo e alma, se não doer.

sábado, novembro 05, 2005

Copy paste 2



"Gosto de nuvens arquitectadas."

"Fim de tarde em Cabo Verde. Ficará melhor numa foto o lado turistíco? Ou o país como ele é? O turismo tem essa mais valia de apagar o que suja um país."

"De que vale explicar uma dor a quem nunca a sentiu?A dor que me causas passa os limites de cinco países juntos.Apetece-me beber-te a conta-gotas.Dói-me. Dói-me muito. E quando me disseres onde, vai doer-me muito mais."

"Tudo parece bonito a essa hora, quando já estamos enroscados na cama, de baba em riste."

"Nunca os meus intestinos se chatearam tanto comigo como hoje. Leite creme e sumo de laranja. Nunca, mas nunca em toda a vossa vida, comam leite creme quente e a seguir bebam sumo de laranja fresquinho. Prometam-me isso. Nunca.
(…)
Sempre ouvi dizer que suminho de laranja fazia bem. Os meus intestinos não. Há qualquer coisa de muito estúpido em querer Leite Creme quentinho e sumo de laranja fresquinho depois, bem sei. Mas ter orgãos do meu próprio corpo a decomporem-se por causa de um mal entendido, é duro. Sempre achei que os intestinos e o cérebro, tivessem uma espécie de Walkie Talkie para saberem um do outro.
(...)
Agora como torradas e bebo chá.E gemo."

"A cidade começa a ficar muito pequena para tanta cidade."

"Há essa necessidade de as pessoas acharem que têm de ser engraçadas perto de humoristas. Tornam-se camaleões da profissão do próximo."

"A facilidade com que se agarra numa revista e se fala, com ar diplomático, das vidas de toda a gente, repugna-me. Há pessoas cuja "profissão" é mandar postas de pescada sobre tudo o que aparece nas revistas. Eu chamo-lhe "desemprego".
(...)
Irrita-nos a todos: sair do prédio e ter vizinhas (daquelas vestidas de preto, reformadas), a falarem umas com as outras sobre os barulhos que ouviram em nossa casa na noite passada, e a até que horas as visitas ficaram lá em casa, e se tinham piercings, se não tinham, e o raio que as parta ao meio. Isso, irrita-nos muito. Mas se essas velhas, estiverem num programa da manhã, e despedaçarem a vida do próximo... isso, já nos aconchega mais a alma. Já dá vontade de ir buscar umas bolachinhas de canela e ver alguém ser abalroado na tv."

"Todos os carros, que circulem a menos de 100 km/h na faixa da esquerda de uma auto-estrada, deveriam, em jeito de automático, explodir. Perder-se-iam algumas vidas, é certo, mas é melhor assim.A estupidez de alguém, que com duas faixas vazias à sua direita, insiste em lamber vagarosamente a da esquerda, é meritória de um belo dispositivo no banco de trás que detone automáticamente. Ninguem sofreria, nem o próprio condutor.Minto, sofreriam um bocadinho. Uma bomba ainda faz dói dói.Mas tem de ser assim, não me levem a mal, sou um mero mensageiro."

"Há 15 minutos fiz uma boa acção.Vou agora buscar uma vassoura e uma pá, que os vidrinhos e os ponteiros ficaram espalhados pelo quarto."

"Entristece-me a "televisão", não apenas porque sim. Mas porque dói-me ver tanta gente com talento desempregada. Actores, apresentadores, humoristas. Muitos, mesmo. Conheço-os, tenho o contacto deles. São sub-aproveitados. Somos pequenos demais para nos darmos a esses luxos tão grandes.Deixem-se de merdas.Ter mamas ou um cabelo bem tratado não é, nem nunca foi, sinal de talento.
Se calhar não moram na Quinta da Marinha.Mas têm génio. Puro.Não suportado por alicerces de açúcar.Dói-me ver uma passerelle de futilidades e assistir impávido e sereno."

"Há músicos e músicas que me dão raiva, de tão bonitas e bem compostas que são. Palavra."

"Português bem cantado bate aos pontos o dialecto mais rico de qualquer país."

"Sei-vos dizer que nestes últimos dias dormi uma módica quantia de 7 horas. A certa altura cheguei a ver elefantes a dançarem em cima de lâmpadas de halogénio. Ou se calhar era só o sono. De qualquer das maneiras, tinham uma coreografia espectacular, as lâmpadas.
(...)
Esforço-me para dormir, mas é pior. Quanto mais se quer dormir, menos vontade nos dá."

"(...)chora-se quando se sofre de tanto sofrer, ou quando nos sentimos tão bem que recorremos às lágrimas para nos ajudarem a estancar o sorriso parvo."

"Todo um texto da peça que fazia sentido na minha cabeça, hoje aparece com parágrafos trocados."

"Os nervos da espera para entrar rouba anos de vida, e connosco a assistir a tudo. Mesmo. Sentimos o sistema nervoso a picar o ponto e o estômago a cimentar. Tudo. Pensamos que até partir um pé naquele momento era mais reconfortante (...)"



Poderiam ser as minhas palavras.
Porque às vezes são os meus pensamentos!

Copy paste 1

"Mais do que um poema a rasgar os limites do bonito, é muito, muito mais que isso. Faz parte do lote de músicas que me faz dar mais uma volta ao quarteirão antes de estacionar o carro, só para chegar ao fim com ela.
E reza assim:


Estrela da Tarde

Era a tarde mais longa de todas as tardes que me acontecia
Eu esperava por ti, tu não vinhas, tardavas e eu entardecia
Era tarde, tão tarde, que a boca, tardando-lhe o beijo, mordia
Quando à boca da noite surgiste na tarde tal rosa tardia

Quando nós nos olhámos tardámos no beijo que a boca pedia
E na tarde ficámos unidos ardendo na luz que morria
Em nós dois nessa tarde em que tanto tardaste o sol amanhecia
Era tarde de mais para haver outra noite, para haver outro dia

Meu amor, meu amor
Minha estrela da tarde
Que o luar te amanheça e o meu corpo te guarde
Meu amor, meu amor
Eu não tenho a certeza
Se tu és a alegria ou se és a tristeza
Meu amor, meu amor
Eu não tenho a certeza

Foi a noite mais bela de todas as noites que me adormeceram
Dos nocturnos silêncios que à noite de aromas e beijos se encheram
Foi a noite em que os nossos dois corpos cansados não adormeceram
E da estrada mais linda da noite uma festa de fogo fizeram

Foram noites e noites que numa só noite nos aconteceram
Era o dia da noite de todas as noites que nos precederam
Era a noite mais clara daqueles que à noite amando se deram
E entre os braços da noite de tanto se amarem, vivendo morreram

Eu não sei, meu amor, se o que digo é ternura, se é riso, se é pranto
É por ti que adormeço e acordo e acordado recordo no canto
Essa tarde em que tarde surgiste dum triste e profundo recanto
Essa noite em que cedo nasceste despida de mágoa e de espanto

Meu amor, nunca é tarde nem cedo para quem se quer tanto."

sexta-feira, novembro 04, 2005

Somewhere, in a weblog...

“O frio aconchega o corpo. Faz-nos mais aconchegados a quem queremos aconchegar. Faz-nos querer aconchegar a pessoa paredes meias com o nosso coração, até estalar os ossos, e ainda assim insistir.”

Se sei o que isso é? Claro que sim. Ou talvez ñ. Porque ñ cheguei a ter tempo de o saborear, de lhe tomar o gosto...

Mas o mais incrível é ler algo com o qual nos identificamos até à medula!



“Ontem comi castanhas no Chiado. Quentes, e de facto boas. Começa toda a gente a fumegar pela boca, a guardar os pescoços em lã e mais lã, até ficar só uma cara de frente para o mundo. Lareiras, um pouco por todo o país, começam a pedir madeira e mais madeira, tal é a fome de aquecer. As canecas enchem-se de muitos chás, dispostos a quase tudo para queimarem uma língua, que tão bem deve ser usada. Essa mesma língua, pede ao chá que este a queime. Que só assim se inicia o inverno no corpo.Seis da tarde e já a noite se senta à mesa connosco. Anoitece cedo demais para quem gosta de luz. Anoitece cedo demais mesmo para quem a detesta.”

Castanhas, esse manjar dos deuses. Há dias comi as minhas primeiras castanhas deste Outono / Inverno. Obrigada mãe por mas teres comprado. Soube mesmo bem.

Quanto ao frio, propriamente dito, ñ gosto porque normalmente ñ me consigo mexer. Mas o meu pescoço claro que vai começar a andar bem tapadinho. Hmm...

Lareira ñ tenho. Mas na época do Natal costumo ir a casa dos meus titios e das minhas priminhas e disfruto da lareira deles. O problema, depois, é sair de lá.

Pois, a língua...

Sim, nesta altura sinto sempre imensa falta de muita luz. Mas, por outro lado, adoro a luz do Outono / Inverno. Adoro.



“Um palco é de uma força impressionante. As luzes num palco mudam, a maneira como vemos as coisas, muda. Mudamos também nós, tornamo-nos ainda maiores. O palco põe uma gigante lupa sobre tudo o que nos dói ou sorri.Hoje ainda ressaco, tal é o arrombo dessa lupa.”

Sei bem o que isso é... Transcende-nos.



“Não há nada como a nossa casa. Nada.”

Ditto.



quinta-feira, novembro 03, 2005

Inadmissível!


Antes que me esqueça:

Há dias, mais propriamente no passado dia 25 de Outubro (terça-feira), veio uma notícia no Diário As Beiras, secção de Desporto, intitulada “A afirmação de outro futebol”, sobre (conforme o lead indica) um encontro internacional de futebol em cadeira de rodas que se realizou em Coimbra.

Depois da notícia dita ‘normal’, elaborada por Paulo Cardantas, vem, no fundo da página e do lado esquerdo, uma caixa – com uma fotografia – que diz o seguinte:


“De olhos em bico...

O JAPÃO é um dos países que se fez representar neste encontro internacional. Para além de praticantes e staff técnico, a delegação nipónica traz uma equipa de reportagem, composta por um cameraman, um jornalista e... um técnico para segurar o microfone. No decorrer da cerimónia, andaram os três numa azáfama, mais parecendo estar a cobrir uns jogos olímpicos. Estes japoneses são demais!”


Bem, o que gostaria de deixar aqui publicado é que aquilo a que Paulo Cardantas se refere de uma forma irónica (pejorativa, se quiserem), eu chamar-lhe-ia...

... Profissionalismo!!!



Por isso é que Portugal e Japão estão tão distantes!!!

É claro, não?!

Dispensam-se atitudes inadmissíveis e desprezíveis.
Então vindas de alguém que, à partida, não é pago/a para opinar...

quarta-feira, novembro 02, 2005

...


Estou farta...

...de comer,
...de só pensar em comida (no que vou comer amanhã, naquilo que já comi hoje...),
...de me sentir enjoada,
...de olhar para a minha cara, para o meu corpo.

Farta de me sentir mal, de sentir a roupa apertada...

E não sei o que hei-de fazer. Não sei onde é que isto vai parar!



Principalmente, cansada de tentar melhorar as coisas (à minha volta) e de sentir uma espécie de força a contrariar o meu esforço (passo o pleonasmo), o meu caminho, as minhas escolhas...

Há quem lhe chame pessimismo.

Eu chamo-lhe realismo. Talvez, mesmo, falta de sorte.

Porque há quem não faça tanto e não precise, porque muitas das coisas caem, simplesmente, vindas de algum lugar.

Não quero, com isto, parecer que estou sempre a olhar para os outros em vez de olhar para mim.

Apenas sei estabelecer comparações. Também para ter consciência sobre mim.


Enfim, há dias para esquecer.
Ou será, antes, noites para esquecer?


Era bom, por vezes, poder saltar logo para o dia seguinte!

terça-feira, novembro 01, 2005