terça-feira, março 04, 2008

preferimos ñ pensar...

"a falta de lei da vida

De tudo o que me faz pensar, há uma coisa que me atropela a cabeça.
A idade.
Não a minha, a deles.
Há qualquer coisa que rasga.
Choram-me as estatísticas que eu estarei cá quando os meus pais não estiverem.
Muito nublado, bem sei.
Mas real.
Posso tê-los agora, e abraçá-los com a carne que me deram, mas...e depois?
Vejo-lhes os anos na pele e a pele dá-me saudades.
Saudades do que não vou ter.
(...)
Hoje tenho-os ali.
Visto daqui, dos meus olhos, não envelheceram.
Foram emprestando um ou outro ano aos ossos.
(...)
E depois, o que fica?
As memórias não são de carne, são de lágrimas.
E essas custam mais a abraçar.
(...)
A palavra filho é patente deles.
Quando a dizem há uma manta que protege o coração até cima.
Depois da estatística fica só o coração e a manta enrolada aos pés.
Podemos sempre puxá-la, mas nunca mais vai tapar tudo.
E não, nunca me esqueço disso."

B. Nogueira


Porque tenho a certeza que isto já vos passou pela cabeça.
E que foi um pensamento afastado, a todo o custo.

5 comentários:

XPTO disse...

Ainda há pouco tempo falei sobre o assunto...

Andreia disse...

Um abraço para ti!

Frédéric disse...

quando isso me vem à cabeça costumo fazer - cito - "blrblrblrblr" :P

Curiosamente, tive ontem à noite a falar disso. Felizmente tinha um copo à frente e deu para dar uma golada e mudar de assunto para o acasalamento dos pandas..

Frédéric disse...

relativamente à tua pergunta:brutalíssimo :D
Numa palavra: quente!

GK disse...

Brutal!
"Ganda Bruno!"
:)
Claro que já passou pela cabeça. :(