No Ciberdúvidas...
"Tirar a espoleta ao assunto
João Carreira Bom
Pela primeira vez, nos audiovisuais portugueses, ouvimos empregar o verbo despoletar com o sentido próprio: «tirar a espoleta a», evitar a explosão do engenho, anular um incidente. Foi na segunda-feira, 7, de manhã, na TSF. Segundo o repórter, o secretário de Estado português das Comunidades, José Lello, no final de uma visita à África do Sul - perante a ira de membros da comunidade portuguesa, cansados de uma alegada falta de representatividade nas instâncias a que têm direito -, conseguiu despoletar a crise. Ou seja: José Lello - sabe-se lá como - tirou a espoleta ao assunto e, assim o esperamos, tê-la-á trazido para Lisboa. Se a deixou à guarda do embaixador português, pelo azedume com que o diplomata tratou os contestantes, o secretário de Estado vai ter, de novo, o engenho espoletado. Que é como quem diz: pronto a detonar.
08/07/1997"
Porque o essencial, o que realmente importa, está nas coisas mais simples. pormenoridades@gmail.com
quinta-feira, junho 28, 2007
quarta-feira, junho 27, 2007
terça-feira, junho 26, 2007
Como eu gosto!
Este fim-de-semana foi inesquecivelmente preenchido.
Sábado, estava marcada uma ida até à Serra de Arouca, com o pessoal do Corpo e Mente (professor/instrutor e alguns praticantes).
Sabíamos que íamos fazer caminhada, uma aula ao ar livre, teríamos também uma prova de superação física (surpresa!) e, para quem quisesse, poderíamos tomar banho de cachoeira.
E, de facto, foi assim.
A caminhada era mais na vertical do que na horizontal, uma vez que estávamos em plena montanha.
Houve alturas em que só mesmo andando de mãos e pés...
A aula foi boa, diferente, com ventinho, algumas moscas e, no final, ainda avistámos um esquilo, em plena liberdade.
Quanto à prova surpresa: escalada.
Não estava à espera e não pensei que o conseguisse fazer.
Adorei!
Fiquei surpreendida comigo mesma.
Incrível, o nosso instinto de sobrevivência e de auto-superação.
Claro que tive momentos em que não sabia bem onde havia de colocar as mãos, ou os pés.
Mas quando me apercebi, já lá estava em cima.
Depois, seguiu-se o tão aguardado banho.
O sol já tinha ido embora e o percurso até ao local tinha de ser feito com muito cuidado, visto serem só pedras e estarem molhadas.
Fomos cinco, mergulhámos, tirámos umas fotos (com uma cascata, atrás, de 75 metros) e saímos da água.
O regresso revelou-se (quase) doloroso.
As pernas e o corpo, em geral, já revelavam cansaço.
Ainda assim, prefiro subir.
A descer parece sempre que podemos cair a qualquer momento.
Não sei.
No domingo, tive a segunda aula de um curso que estou a tirar, de instrutores de HipHop/Funk/Ragga.
Gosto do professor, dos colegas.
Mas, acima de tudo, estou lá pela dança.
Dar aulas ou não, o mais importante para mim é a experiência.
Mais uma.
Sábado, estava marcada uma ida até à Serra de Arouca, com o pessoal do Corpo e Mente (professor/instrutor e alguns praticantes).
Sabíamos que íamos fazer caminhada, uma aula ao ar livre, teríamos também uma prova de superação física (surpresa!) e, para quem quisesse, poderíamos tomar banho de cachoeira.
E, de facto, foi assim.
A caminhada era mais na vertical do que na horizontal, uma vez que estávamos em plena montanha.
Houve alturas em que só mesmo andando de mãos e pés...
A aula foi boa, diferente, com ventinho, algumas moscas e, no final, ainda avistámos um esquilo, em plena liberdade.
Quanto à prova surpresa: escalada.
Não estava à espera e não pensei que o conseguisse fazer.
Adorei!
Fiquei surpreendida comigo mesma.
Incrível, o nosso instinto de sobrevivência e de auto-superação.
Claro que tive momentos em que não sabia bem onde havia de colocar as mãos, ou os pés.
Mas quando me apercebi, já lá estava em cima.
Depois, seguiu-se o tão aguardado banho.
O sol já tinha ido embora e o percurso até ao local tinha de ser feito com muito cuidado, visto serem só pedras e estarem molhadas.
Fomos cinco, mergulhámos, tirámos umas fotos (com uma cascata, atrás, de 75 metros) e saímos da água.
O regresso revelou-se (quase) doloroso.
As pernas e o corpo, em geral, já revelavam cansaço.
Ainda assim, prefiro subir.
A descer parece sempre que podemos cair a qualquer momento.
Não sei.
No domingo, tive a segunda aula de um curso que estou a tirar, de instrutores de HipHop/Funk/Ragga.
Gosto do professor, dos colegas.
Mas, acima de tudo, estou lá pela dança.
Dar aulas ou não, o mais importante para mim é a experiência.
Mais uma.
segunda-feira, junho 25, 2007
A música nasce
É o segundo álbum de originais do FF.
E já o tenho.
Agora, é descobri-lo... devagar.
4. Não quero ver o fim
"A noite chega
É primavera
A tua voz
É sonho de papel
Tento dormir
Mas só penso em ti...
É mais um dia
Será que te vou ver
O mundo pára
Não sei o que fazer
A noite cai
E tu não estás aqui
(...)"
5. As letras do teu nome
"Parou, no tempo, o meu olhar,
Ficou parte de mim...
Sonhei um dia encontrar
O que imaginei
É o teu sorriso...
As tuas convicções...
Já não é preciso
Esconder as emoções
Vou lá estar
Desenhar-te, em cada folha de papel
Vou escrever
Um gesto teu é musical e
Vou cantar
O primeiro beijo, as letras do teu nome...
(...)"
Gosto e pronto!
E já o tenho.
Agora, é descobri-lo... devagar.
4. Não quero ver o fim
"A noite chega
É primavera
A tua voz
É sonho de papel
Tento dormir
Mas só penso em ti...
É mais um dia
Será que te vou ver
O mundo pára
Não sei o que fazer
A noite cai
E tu não estás aqui
(...)"
5. As letras do teu nome
"Parou, no tempo, o meu olhar,
Ficou parte de mim...
Sonhei um dia encontrar
O que imaginei
É o teu sorriso...
As tuas convicções...
Já não é preciso
Esconder as emoções
Vou lá estar
Desenhar-te, em cada folha de papel
Vou escrever
Um gesto teu é musical e
Vou cantar
O primeiro beijo, as letras do teu nome...
(...)"
Gosto e pronto!
sexta-feira, junho 22, 2007
Continuando nas crónicas...
"Juro que nunca vou esquecer
Nunca vou esquecer o olhar da rapariga que espera o tratamento de radioterapia. Sentada numa das cadeiras de plástico, o homem que a acompanha
(o pai?)
coloca-lhe uma almofada na nuca para ela encostar a cabeça à parede e assim fica, magra, imóvel, calada, com os olhos a gritarem o que ninguém ouve. (...) na sala onde tanta gente aguarda só os olhos gritam. (...) desembarcam pessoas de maca, um senhor idoso de fato completo, (...). É pobre, vê-se que é pobre, não existe um único osso que não lhe fure a pele, entende-se o sofrimento nos traços impassíveis e não grita com os olhos porque não tem olhos já, tem no lugar deles a mesma pele esverdeada que os ossos furam, a mão esquelética consegue puxar da algibeira o cartãozinho onde lhe marcam as sessões. Mulheres com lenços a cobrirem a ausência de cabelo, outras de perucas patéticas que não ligam com as feições nem aderem ao crânio, lhes flutuam em torno. E a imensa solidão de todos eles. (...) uma africana de óculos chora sem ruído, metendo os polegares por baixo das lentes a secar as pálpebras. Chora sem ruído e sem um músculo que estremeça sequer, apagando-se a si mesma com o verniz estalado das unhas. (...) E eu, cheio de vergonha de ser eu, a pensar faltam-me duas sessões, faltam-me só duas sessões, eles morrem e eu fico vivo, graças a Deus sofri de uma coisa sem importância, estou aqui para um tratamento preventivo, dizem-me que me curei, fico vivo, daqui a pouco tudo isto não passou de um pesadelo, uma irrealidade, fico vivo, dentro de mim estas pessoas a doerem-me tanto, fico vivo como, a rapariga de cabeça encostada à parede não vê ninguém, os outros
(nós)
somos transparentes para ela, toda no interior do seu tormento, o homem poisa-lhe os dedos no ombro e ela não sente os dedos, fico vivo de que maneira, como, mudei tanto nestes últimos meses, os meus companheiros dão-me vontade de ajoelhar, não os mereço da mesma forma que eles não merecem isto, que estúpido perguntar
- Porquê?
que estúpido indignar-me, zango-me com Deus, comigo, com a vida que tive, como pude ser tão desatento, tão arrogante, tão parvo, como pude queixar-me, gostava de ter os joelhos enormes de modo que coubessem no meu colo em vez das cadeiras de plástico
(...)
isto que escrevo sai de mim como um vómito, tão depressa que a esferográfica não acompanha, perco imensas palavras, frases inteiras, emoções que me fogem, isto que escrevo não chega aos calcanhares do senhor idoso de fato completo
(aos quadradinhos, já gasto, já bom para deitar fora)
(...) doem-me os dedos da força que faço para escrever, (...)
chamo-me António, não tem importância nenhuma mas chamo-me António e não posso fazer nada por si, não posso fazer nada por ninguém, chamo-me António e não lhe chego aos calcanhares, sou mais pobre que você, falta-me a sua força e a sua coragem, pegue-me antes você ao colo e garanta-me que não morre, não pode morrer, no caso de você morrer eu
no caso de você e da rapariga da almofada morrerem vou ter vergonha de estar vivo."
António Lobo Antunes
Doíam-lhe os dedos de escrever.
A mim quase me doem os olhos e a alma de o ler.
Nunca vou esquecer o olhar da rapariga que espera o tratamento de radioterapia. Sentada numa das cadeiras de plástico, o homem que a acompanha
(o pai?)
coloca-lhe uma almofada na nuca para ela encostar a cabeça à parede e assim fica, magra, imóvel, calada, com os olhos a gritarem o que ninguém ouve. (...) na sala onde tanta gente aguarda só os olhos gritam. (...) desembarcam pessoas de maca, um senhor idoso de fato completo, (...). É pobre, vê-se que é pobre, não existe um único osso que não lhe fure a pele, entende-se o sofrimento nos traços impassíveis e não grita com os olhos porque não tem olhos já, tem no lugar deles a mesma pele esverdeada que os ossos furam, a mão esquelética consegue puxar da algibeira o cartãozinho onde lhe marcam as sessões. Mulheres com lenços a cobrirem a ausência de cabelo, outras de perucas patéticas que não ligam com as feições nem aderem ao crânio, lhes flutuam em torno. E a imensa solidão de todos eles. (...) uma africana de óculos chora sem ruído, metendo os polegares por baixo das lentes a secar as pálpebras. Chora sem ruído e sem um músculo que estremeça sequer, apagando-se a si mesma com o verniz estalado das unhas. (...) E eu, cheio de vergonha de ser eu, a pensar faltam-me duas sessões, faltam-me só duas sessões, eles morrem e eu fico vivo, graças a Deus sofri de uma coisa sem importância, estou aqui para um tratamento preventivo, dizem-me que me curei, fico vivo, daqui a pouco tudo isto não passou de um pesadelo, uma irrealidade, fico vivo, dentro de mim estas pessoas a doerem-me tanto, fico vivo como, a rapariga de cabeça encostada à parede não vê ninguém, os outros
(nós)
somos transparentes para ela, toda no interior do seu tormento, o homem poisa-lhe os dedos no ombro e ela não sente os dedos, fico vivo de que maneira, como, mudei tanto nestes últimos meses, os meus companheiros dão-me vontade de ajoelhar, não os mereço da mesma forma que eles não merecem isto, que estúpido perguntar
- Porquê?
que estúpido indignar-me, zango-me com Deus, comigo, com a vida que tive, como pude ser tão desatento, tão arrogante, tão parvo, como pude queixar-me, gostava de ter os joelhos enormes de modo que coubessem no meu colo em vez das cadeiras de plástico
(...)
isto que escrevo sai de mim como um vómito, tão depressa que a esferográfica não acompanha, perco imensas palavras, frases inteiras, emoções que me fogem, isto que escrevo não chega aos calcanhares do senhor idoso de fato completo
(aos quadradinhos, já gasto, já bom para deitar fora)
(...) doem-me os dedos da força que faço para escrever, (...)
chamo-me António, não tem importância nenhuma mas chamo-me António e não posso fazer nada por si, não posso fazer nada por ninguém, chamo-me António e não lhe chego aos calcanhares, sou mais pobre que você, falta-me a sua força e a sua coragem, pegue-me antes você ao colo e garanta-me que não morre, não pode morrer, no caso de você morrer eu
no caso de você e da rapariga da almofada morrerem vou ter vergonha de estar vivo."
António Lobo Antunes
Doíam-lhe os dedos de escrever.
A mim quase me doem os olhos e a alma de o ler.
terça-feira, junho 19, 2007
(HAZ ME)
“(...)
E em cada beijo, eu descubro um céu que nunca vi
Por isso eu quero-te dizer
Vem, faz-me rir, faz-me chorar
Faz-me perder, faz-me ganhar
Faz-me morrer, faz-me viver
Traz-me o amanhecer
Faz-me querer sem duvidar
Faz-me mentir, faz-me jurar
Faz-me o que queres, mas por favor
Faz-me acreditar no amor”
Anjos, Vingança
(David Bolzon/Eduardo Frigerio/Adap. Miguel Dias)
E em cada beijo, eu descubro um céu que nunca vi
Por isso eu quero-te dizer
Vem, faz-me rir, faz-me chorar
Faz-me perder, faz-me ganhar
Faz-me morrer, faz-me viver
Traz-me o amanhecer
Faz-me querer sem duvidar
Faz-me mentir, faz-me jurar
Faz-me o que queres, mas por favor
Faz-me acreditar no amor”
Anjos, Vingança
(David Bolzon/Eduardo Frigerio/Adap. Miguel Dias)
pg. 92
“quando os sentidos e os sentimentos convergem num ponto imaginário, chegam então os rostos dos ausentes. como por magia os rebentos brotam dos troncos adormecidos. tudo volta ao princípio. renasce então a esperança. a partir dali tudo será diferente. no tempo, a espera floriu. os fantasmas deixaram de ter lugar.”
António Paiva, Janela do Pensamento
António Paiva, Janela do Pensamento
domingo, junho 17, 2007
Lost In Translation
Cá em casa, ainda são poucos os DVD's na prateleira.
Além disso, o único leitor (p'ra já) é o do computador.
Como hoje não estou numa de televisão nem de leitura, resolvi (re)ver mais um movie.
E lá escolhi o primogénito de Sofia Coppola.
"O amor é um lugar estranho".
Está tão bem conseguido.
Mesmo!
Adoro a Scarlett Johansson.
O Bill Murray conseguiu surpreender-me.
Ao contrário de muita gente, gosto do que eles não dizem.
E adoro o final!
Além disso, o único leitor (p'ra já) é o do computador.
Como hoje não estou numa de televisão nem de leitura, resolvi (re)ver mais um movie.
E lá escolhi o primogénito de Sofia Coppola.
"O amor é um lugar estranho".
Está tão bem conseguido.
Mesmo!
Adoro a Scarlett Johansson.
O Bill Murray conseguiu surpreender-me.
Ao contrário de muita gente, gosto do que eles não dizem.
E adoro o final!
sábado, junho 16, 2007
The Piano
"À noite, penso no meu piano na sua sepultura no mar.
E, às vezes, penso em mim a flutuar por cima dele.
Lá em baixo tudo é tão tranquilo e silencioso que me embala.
É uma canção de embalar estranha, como deve ser, porque é minha.
Existe um silêncio onde nunca nenhum som penetrou.
Existe um silêncio onde nunca nenhum som pode penetrar, na fria sepultura sob o mar profundo."
Aproveitei esta tarde chuvosa para ver este filme, do início ao fim.
Lindo!
LINDO!
E, às vezes, penso em mim a flutuar por cima dele.
Lá em baixo tudo é tão tranquilo e silencioso que me embala.
É uma canção de embalar estranha, como deve ser, porque é minha.
Existe um silêncio onde nunca nenhum som penetrou.
Existe um silêncio onde nunca nenhum som pode penetrar, na fria sepultura sob o mar profundo."
Aproveitei esta tarde chuvosa para ver este filme, do início ao fim.
Lindo!
LINDO!
Anadia
Desconhecia o certame.
Fiquei surpreendida com a duração (9 dias) e com o cartaz.
Obviamente que não pude faltar, ontem, ao concerto dos meus meninos.
Já não os via aqui, na zona centro, há bastante tempo.
Foi bom revê-los, ouvi-los.
Adorei as músicas da Vingança ao vivo.
E, mais uma vez, é até uma próxima...
quinta-feira, junho 14, 2007
(em relação ao post de cima)
A recordação mais forte é a da espera, ansiosa, em casa da minha avó (Justina)... e depois, a de vibrar e saltar... que música!
(obrigada por esta viagem, Frédéric!)
quarta-feira, junho 13, 2007
Difícil escolher!
juntando as letras
“toma-me
tu sabes
sabes que me envolves
sabes que me enlouqueces
sopras-me brisas estonteantes
enrolas-me no teu manto denso
tomas conta do meu ser
embriagas-me no teu perfume
dominas-me
pela força das tuas palavras
pelo éter do teu corpo
deixa-me beber-te
tu sabes que eu quero
toma-me o meu desejo
não importa
dá-me ao menos aquele beijo”
“viagem
tinham nas mãos uma certeza
no coração tantas dúvidas
na vida tantos caminhos
na sorte desejo de amar
juntam a certeza das dúvidas
entram nos caminhos do desejo
apanham a primeira asa
viajam pelo destino
seja lá onde for
ele espera-os à chegada”
“depois
da existência ficam as marcas
da paixão as cinzas da fogueira
das palavras apenas o eco
do sofrimento as chagas
da alegria os sorrisos
do beijo os sabores o calor
das juras o pecado
do amor não fica nada
tudo se consome até acabar”
“brumas de mel
o silêncio a desembrulhar-se
nos lábios da paixão
braços deslizando no suor nocturno
beijos a saber a brumas de mel
envoltos em lençóis tecidos de raios de luar
sorrisos de cor ardente retendo a respiração
gritos a apagar a estrela da manhã
como se o mundo desabasse por inteiro
ecos de vozes sumidas ao nascer do sol
no desfrutar de uma mansidão subtil”
“ser
ser gente é ser simples
partilhar afectos
engrandecer com gestos pequenos
não recear abrir a alma
fechar a mão noutra mão
sorrir aos sorrisos que nos dão”
Janela do Pensamento (a ler...)
“acordar desejo
hoje acordei tomado de vida
sentidos a fervilhar desejo
desejo de viver
desejo de me afogar em palavras
de amar desalmadamente
de me fundir na fogueira que arde o gelo
de perder os sentidos em êxtase
hoje o meu nome é desejo”
“tinha de ser
chove-me na alma copiosamente
seco por fora, encharcado por dentro
torna-se-me a vontade escorregadia
a passada das ideias fica pesada
à espreita qual abutre, o desânimo
encaro-o de frente
ainda é cedo, digo-lhe
sacudi a vontade e segui adiante
a fazer o que havia que ser feito”
“aquele olhar era muito mais que o momento. nele estava espelhado o saber aprendido, nos caminhos traçados na vida. notava-se ali o desencanto, de quem descobriu por si só. (...)”
“pendurado nas tranças do luar. esperou-a até ao amanhecer. ainda na bruma tomou-a pela cintura. os corpos disseram o que as palavras não sabem. (...)”
“emergindo
sinto o despertar lento das emoções
tento agarrar as asas de um sonho
a vida roda num turbilhão de sentimentos
envolta no manto de algum querer
devagar muito devagar estou a emergir
afastando as cortinas de densos nevoeiros
caminhando num universo de labirintos
a viagem é um acto solitário e íntimo
num exorcizar de fantasmas e medos
se puderes espera-me à saída”
“sonhei que a tua essência nascia no mar. sempre que mergulho em ti sou tomado por ela. (...)”
António Paiva
“toma-me
tu sabes
sabes que me envolves
sabes que me enlouqueces
sopras-me brisas estonteantes
enrolas-me no teu manto denso
tomas conta do meu ser
embriagas-me no teu perfume
dominas-me
pela força das tuas palavras
pelo éter do teu corpo
deixa-me beber-te
tu sabes que eu quero
toma-me o meu desejo
não importa
dá-me ao menos aquele beijo”
“viagem
tinham nas mãos uma certeza
no coração tantas dúvidas
na vida tantos caminhos
na sorte desejo de amar
juntam a certeza das dúvidas
entram nos caminhos do desejo
apanham a primeira asa
viajam pelo destino
seja lá onde for
ele espera-os à chegada”
“depois
da existência ficam as marcas
da paixão as cinzas da fogueira
das palavras apenas o eco
do sofrimento as chagas
da alegria os sorrisos
do beijo os sabores o calor
das juras o pecado
do amor não fica nada
tudo se consome até acabar”
“brumas de mel
o silêncio a desembrulhar-se
nos lábios da paixão
braços deslizando no suor nocturno
beijos a saber a brumas de mel
envoltos em lençóis tecidos de raios de luar
sorrisos de cor ardente retendo a respiração
gritos a apagar a estrela da manhã
como se o mundo desabasse por inteiro
ecos de vozes sumidas ao nascer do sol
no desfrutar de uma mansidão subtil”
“ser
ser gente é ser simples
partilhar afectos
engrandecer com gestos pequenos
não recear abrir a alma
fechar a mão noutra mão
sorrir aos sorrisos que nos dão”
Janela do Pensamento (a ler...)
“acordar desejo
hoje acordei tomado de vida
sentidos a fervilhar desejo
desejo de viver
desejo de me afogar em palavras
de amar desalmadamente
de me fundir na fogueira que arde o gelo
de perder os sentidos em êxtase
hoje o meu nome é desejo”
“tinha de ser
chove-me na alma copiosamente
seco por fora, encharcado por dentro
torna-se-me a vontade escorregadia
a passada das ideias fica pesada
à espreita qual abutre, o desânimo
encaro-o de frente
ainda é cedo, digo-lhe
sacudi a vontade e segui adiante
a fazer o que havia que ser feito”
“aquele olhar era muito mais que o momento. nele estava espelhado o saber aprendido, nos caminhos traçados na vida. notava-se ali o desencanto, de quem descobriu por si só. (...)”
“pendurado nas tranças do luar. esperou-a até ao amanhecer. ainda na bruma tomou-a pela cintura. os corpos disseram o que as palavras não sabem. (...)”
“emergindo
sinto o despertar lento das emoções
tento agarrar as asas de um sonho
a vida roda num turbilhão de sentimentos
envolta no manto de algum querer
devagar muito devagar estou a emergir
afastando as cortinas de densos nevoeiros
caminhando num universo de labirintos
a viagem é um acto solitário e íntimo
num exorcizar de fantasmas e medos
se puderes espera-me à saída”
“sonhei que a tua essência nascia no mar. sempre que mergulho em ti sou tomado por ela. (...)”
António Paiva
segunda-feira, junho 11, 2007
Mais um copy/paste
"Fim do banco
A idade vai comendo a vida.
(...)
Acorda-se com um dia a menos, e adormece-se com um dia a mais.
O calendário vai-nos mudando o corpo.
(...)
Os velhos sabem de cor o chão.
Como quem sabe que está quase a chegar lá.
(...)
Com a idade, nunca escolhem o meio, sempre o fim do banco.
(...)
Respiram como podem.
Os olhos já não procuram nada. Já viram tudo.
Vão guardando o passado em rugas, para libertar a cabeça.
Em que pensam?
Na morte?
Os velhos não vivem. Deixam-se viver.
Os filhos já tem a vida deles, não os querem.
(...)
Os velhos choram só com os olhos, que o resto não se vê.
E assim o fazem, no fim do telefonema.
Ninguém os quer com as doenças cheias de idade.
As mãos da idade cheiram a tudo, com as veias cansadas de mostrar o sangue a toda a gente.
As pernas vão perdendo caminho.
Os braços deixam de abraçar.
O coração começa a falhar, já bateu demais mesmo para quem amou pouco.
Vai-se esquecendo de bater.
E uma noite, sem avisar, desaprende.
Desliga os olhos e atira o corpo para o fim.
Ocupam agora o banco todo.
(...)
A cidade não pára, o mundo não interrompe, nada.
Os filhos enterram vinte anos, e guardam os outros sessenta e dois.
Os últimos vinte davam trabalho e de pouco valiam.
Não tem vagar para os guardar.
Mas de hoje em diante, esses vinte vão acordá-los todos os dias.
Até se deitarem sozinhos no banco que os vai deitar."
É dele, claro.
Tão verdade que arrepia!
A idade vai comendo a vida.
(...)
Acorda-se com um dia a menos, e adormece-se com um dia a mais.
O calendário vai-nos mudando o corpo.
(...)
Os velhos sabem de cor o chão.
Como quem sabe que está quase a chegar lá.
(...)
Com a idade, nunca escolhem o meio, sempre o fim do banco.
(...)
Respiram como podem.
Os olhos já não procuram nada. Já viram tudo.
Vão guardando o passado em rugas, para libertar a cabeça.
Em que pensam?
Na morte?
Os velhos não vivem. Deixam-se viver.
Os filhos já tem a vida deles, não os querem.
(...)
Os velhos choram só com os olhos, que o resto não se vê.
E assim o fazem, no fim do telefonema.
Ninguém os quer com as doenças cheias de idade.
As mãos da idade cheiram a tudo, com as veias cansadas de mostrar o sangue a toda a gente.
As pernas vão perdendo caminho.
Os braços deixam de abraçar.
O coração começa a falhar, já bateu demais mesmo para quem amou pouco.
Vai-se esquecendo de bater.
E uma noite, sem avisar, desaprende.
Desliga os olhos e atira o corpo para o fim.
Ocupam agora o banco todo.
(...)
A cidade não pára, o mundo não interrompe, nada.
Os filhos enterram vinte anos, e guardam os outros sessenta e dois.
Os últimos vinte davam trabalho e de pouco valiam.
Não tem vagar para os guardar.
Mas de hoje em diante, esses vinte vão acordá-los todos os dias.
Até se deitarem sozinhos no banco que os vai deitar."
É dele, claro.
Tão verdade que arrepia!
sábado, junho 09, 2007
Estive lá
É sempre estranho estar com alguém que só conhecemos daqui, da blogosfera, desta realidade virtual.
De qualquer forma, e como não tinha nada marcado, fiz questão de estar presente.
Não só para poder conhecer António Paiva pessoalmente, mas porque gosto - sinceramente! - da sua escrita, da sua poesia.
De qualquer forma, e como não tinha nada marcado, fiz questão de estar presente.
Não só para poder conhecer António Paiva pessoalmente, mas porque gosto - sinceramente! - da sua escrita, da sua poesia.
sexta-feira, junho 08, 2007
quarta-feira, junho 06, 2007
Desempregada, sim.
Mas não resignada.
Só que, enquanto isso, estou a tentar aproveitar da melhor forma o meu tempo livre.
De preferência, a experimentar coisas novas.
Neste último fim-de-semana estive em Lisboa, algo que não fazia desde Janeiro (altura em que lá fui, propositadamente, ver o Bruno Nogueira).
Participei na Corrida da Mulher e fui ver a exposição Bodies - The Exhibition.
A não perder!
Hoje... aliás, há bocado, cheguei da minha primeira descida pelo Rio Mondego.
Cansativo, mas espectacular.
Pelo tempo, pela água, pela paisagem, pela tranquilidade, pelo grupo.
A repetir!
Só que, enquanto isso, estou a tentar aproveitar da melhor forma o meu tempo livre.
De preferência, a experimentar coisas novas.
Neste último fim-de-semana estive em Lisboa, algo que não fazia desde Janeiro (altura em que lá fui, propositadamente, ver o Bruno Nogueira).
Participei na Corrida da Mulher e fui ver a exposição Bodies - The Exhibition.
A não perder!
Hoje... aliás, há bocado, cheguei da minha primeira descida pelo Rio Mondego.
Cansativo, mas espectacular.
Pelo tempo, pela água, pela paisagem, pela tranquilidade, pelo grupo.
A repetir!
sexta-feira, junho 01, 2007
:)
Até que enfim, voltei a cantar!
Ontem à noite, cafezito marcado... acabei por ir a um bar que tinha karaoke.
Custou-me um bocadito.
Já não cantava assim, fora de casa, há mais de um ano!
Mas valeu a pena, para ver se me desinibo.
Aproveitei e arrisquei logo duas músicas que nunca tinha cantado fora das 4 paredes do meu quarto.
:)
(Agora ando de sorriso parvo... não sei se sabem como é?!)
Ontem à noite, cafezito marcado... acabei por ir a um bar que tinha karaoke.
Custou-me um bocadito.
Já não cantava assim, fora de casa, há mais de um ano!
Mas valeu a pena, para ver se me desinibo.
Aproveitei e arrisquei logo duas músicas que nunca tinha cantado fora das 4 paredes do meu quarto.
:)
(Agora ando de sorriso parvo... não sei se sabem como é?!)
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