segunda-feira, dezembro 05, 2005

Déjà vu

(Escrito a 04 de Dezembro de 2005, a partir das 16h em ponto)


Ontem (sábado) tive um jantar seguido de rasganço - o primeiro. Não meu, mas de quatro colegas de curso.
Gostei bastante. De as rever, de passar um bom bocado. Também de falar um pouco daquilo que nos une, o caminho profissinal.
Quanto ao rasganço, propriamente dito, foi demais.
Diverti-me imenso.
O que me fez pensar numa decisão que já tinha como certa: não rasgar o meu traje.
Neste momento, pondero fazê-lo. Mas não agora (está frio!). Será lá para a semana da Queima das Fitas (Maio) ou então no dia dos meus anos (Junho).


No jantar, eram mais os casalinhos do que as pessoas sozinhas (por opção ou nem por isso).
O que me fez reflectir.

A sensação que tive foi idêntica há de quando andava no 12º: se bem me lembro, eu era a única rapariga da turma que não namorava. O que me fazia sentir deslocada.

Claro que, entretanto, a vida deu muitas voltas.
Mas agora estou novamente sozinha.
E ontem voltei a pensar nisso. Foi quase um déjà vu.

Independentemente disso, antes assim - sozinha - do que estar com alguém... por estar. Isso eu não faço. Se alguma vez o fiz, mesmo que inconscientemente, assim que me apercebi da situação tratei de a corrigir. Porque é essa a minha forma de estar na vida.

Ao ver aquele cenário (durante o jantar e o rasganço), tive saudades.
De algo que ainda não vivi.
Não é estranho?!

No meu caso, quero muito construir a minha família. Conhecer alguém, casar (ou não), ter filhos... Porque acredito realmente ser essa a base de tudo: do sucesso, da estabilidade, da harmonia... da felicidade!
Tudo o resto acaba por se ultrapassar, com mais ou menos dificuldade. Agora, os afectos são o principal. A família é o principal. O porto-seguro.
Isto é aquilo que eu gostaria, com que sonho, que ambiciono. Aquilo que, desde que tenha oportunidade, vou ter.
No entanto, não depende só de mim. Há muitos outros faztores que o determinam. (O que não sei se é bom ou mau.)

Ao vê-las (as minhas colegas) com os respectivos - acredito eu - príncipes encantados, pensei em mim.
Tive a impressão de me ver, mas como se estivesse fora de mim, do meu corpo.



Hoje (domingo), enquanto vejo televisão no sofá, embrulhada no meu édredon, faço a minha leitura habitual da semana - a revista Visão.

E que encontro eu na página 82?
"Casar, nem pensar", um artigo sobre pessoas que (por algum motivo) preferem viver sozinhas. - Ao contrário dos Anjos (a cantarem, neste momento, na RTP), que estão muito bem casados. :) - Portanto, são pessoas que preservam, acima de tudo e todos, a sua liberdade, a sua independência, a sua individualidade.

Devo dizer que é algo que me faz alguma confusão.
A não ser que a vida tome esse rumo. Nesse caso, há que aceitar (ou não) e dar a volta por cima.

Bem, em cerca de 6 páginas que ocupa o artigo, deixo um excerto.

"Numa investigação publicada na Biblioteca Científica Electrónica, intitulada Solidão, a busca do outro na era do eu (2001), a socióloga Elsa Guedes Teixeira analisou 542 anúncios a pedir companhia e 56 respostas a inquéritos.
A partir dos resultados obtidos, concluiu que o aumento de possibilidades de escolha nos relacionamentos não diminuiu o sentimento de solidão. O trabalho mostra que solteiras e divorciadas - em número elevado na amostra - continuam, ainda, à procura do seu 'príncipe encantado', enquanto eles preferem qualquer tipo de relação a estarem sós."

Parece que os factos falam por si.
Mas claro que cada caso é um caso.

1 comentário:

Anónimo disse...

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