quarta-feira, junho 13, 2007

Difícil escolher!

juntando as letras


“toma-me

tu sabes
sabes que me envolves
sabes que me enlouqueces
sopras-me brisas estonteantes
enrolas-me no teu manto denso
tomas conta do meu ser
embriagas-me no teu perfume
dominas-me
pela força das tuas palavras
pelo éter do teu corpo
deixa-me beber-te
tu sabes que eu quero
toma-me o meu desejo
não importa
dá-me ao menos aquele beijo”


“viagem

tinham nas mãos uma certeza
no coração tantas dúvidas
na vida tantos caminhos
na sorte desejo de amar
juntam a certeza das dúvidas
entram nos caminhos do desejo
apanham a primeira asa
viajam pelo destino
seja lá onde for

ele espera-os à chegada”

“depois

da existência ficam as marcas
da paixão as cinzas da fogueira
das palavras apenas o eco
do sofrimento as chagas
da alegria os sorrisos
do beijo os sabores o calor
das juras o pecado
do amor não fica nada

tudo se consome até acabar”

“brumas de mel

o silêncio a desembrulhar-se
nos lábios da paixão
braços deslizando no suor nocturno
beijos a saber a brumas de mel
envoltos em lençóis tecidos de raios de luar
sorrisos de cor ardente retendo a respiração
gritos a apagar a estrela da manhã
como se o mundo desabasse por inteiro
ecos de vozes sumidas ao nascer do sol

no desfrutar de uma mansidão subtil”

“ser

ser gente é ser simples
partilhar afectos
engrandecer com gestos pequenos
não recear abrir a alma
fechar a mão noutra mão

sorrir aos sorrisos que nos dão”


Janela do Pensamento (a ler...)

“acordar desejo

hoje acordei tomado de vida
sentidos a fervilhar desejo
desejo de viver
desejo de me afogar em palavras
de amar desalmadamente
de me fundir na fogueira que arde o gelo
de perder os sentidos em êxtase

hoje o meu nome é desejo”

“tinha de ser

chove-me na alma copiosamente
seco por fora, encharcado por dentro
torna-se-me a vontade escorregadia
a passada das ideias fica pesada
à espreita qual abutre, o desânimo
encaro-o de frente
ainda é cedo, digo-lhe
sacudi a vontade e segui adiante

a fazer o que havia que ser feito”

“aquele olhar era muito mais que o momento. nele estava espelhado o saber aprendido, nos caminhos traçados na vida. notava-se ali o desencanto, de quem descobriu por si só. (...)”

“pendurado nas tranças do luar. esperou-a até ao amanhecer. ainda na bruma tomou-a pela cintura. os corpos disseram o que as palavras não sabem. (...)”

“emergindo

sinto o despertar lento das emoções
tento agarrar as asas de um sonho
a vida roda num turbilhão de sentimentos
envolta no manto de algum querer
devagar muito devagar estou a emergir
afastando as cortinas de densos nevoeiros
caminhando num universo de labirintos
a viagem é um acto solitário e íntimo
num exorcizar de fantasmas e medos

se puderes espera-me à saída”

“sonhei que a tua essência nascia no mar. sempre que mergulho em ti sou tomado por ela. (...)”

António Paiva

2 comentários:

Ana Rita disse...

Mas tens que escolher? Eu ajudo... tenho um preferido... ;) *

antónio paiva disse...

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grato!!!

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Beijinhos