sexta-feira, novembro 09, 2007

Lares da terceira idade

A propósito do Fórum TSF de hoje...

"O encerramento de um lar ilegal veio relançar o debate sobre o apoio aos idosos e voltámos a ouvir dizer que a falta de oferta favorece o aparecimento de casas clandestinas. No Fórum TSF, queremos ouvir a sua opinião sobre um problema que acabará por nos afectar a todos. Queremos saber se estamos a fazer o suficiente para criar uma rede de lares de terceira idade que responda às necessidades do país."


... gostei de um comentário:

"Não se combate a solidão com multidão!"

1 comentário:

Anónimo disse...

Os velhos estão cada vez mais abandonados à sua sorte e a sua maioria não tem a possibilidade de pagar a estadia num "lar para a 3.ª idade" para lá viverem o resto das suas vidas, por isso muitos aceitam já a eutanásia até.
Há meio século a família vivia em geral na província, toda junta, com filhos, irmãos, sobrinhos, etc. por perto; As mulheres dedicavam muito do seu tempo ao lar, ao contrário de hoje que têm que trabalhar fora durante todo o dia para ajudar ao pagamento da casa , do infantário e da escola dos filhos. Por isso, não podem estar presentes nem para os filhos nem para os pais. A alternativa para os mais idosos que já não são auto suficientes seria o num qualquer "lar de 3.ª. idade", obviamente de acordo com as posses da pessoa em causa, as quais são em Portugal, em geral, poucas como, se sabe.
Com o fecho de centenas de "lares" por alegada "falta de condições" a oferta vai-se reduzido e (pela lei da oferta e da procura) os preços dos restantes porque são poucos vão subindo e hoje poucos podem aspirar a conseguir um lugar porque não o podem pagar.
Quanto ao fecho de "lares" por "falta de condições", lembro que: há quem viva a vida inteira em casas sem condições, muitas delas são até do Estado ou de Instituições de Solidariedade; há quem trabalhe a vida inteira em locais de trabalho também sem condições, alguns também organismos públicos. Têm-se visto Esquadras de polícia, Tribunais, Escolas, etc...sem condições mas em que os funcionários são obrigados a trabalhar.
Na hotelaria há hotéis de 5, 4, 3, 2, e 1 estrelas e até outros estabelecimentos de nível inferior, que não chegam a ser hotéis: são a residênciais, as pensões, etc. Não compreendo porque é que os "lares dos idosos" têm que ser padronizados e não são simplesmente classificados de acordo com a sua categoria: Sempre é melhor um idoso ficar num lar com poucas condições e pagar 250 ou 300 euros por mês do que ficar sozinho, em casa, sem ninguém a quem chamar em caso de emergência, ou que lhe chegue uma simples sopa; A NÃO SER QUE O ESTADO PORTUGUÊS ENCONTRE E PAGUE UM LAR COM CONDIÇÕES PARA CADA CIDADÃO QUE DELE NECESSITE!
Quanto ao apoio familiar: se os idosos não podem pagar um lar é natural que os filhos também não sejam ricos, não possam auxiliar e que os filhos os cônjuges trabalhem ambos e não possam pagar a uma empregada para tomar conta do idoso.
Com a política de inflexibilidade quanto ao perfil dos lares estamos a limitar o número de portugueses que poderão aceder a esse apoio.
Quanto aos lares da segurança social, são bons mas estão cheios e a "cunha" é determinante para conseguir um lugar. Como quem tem dinheiro também tem maior probalidade de conhecer alguém influente nesses lares, poucos conseguem lugar sem a tal “cunha”. Seria aliás interessante saber qual é o perfil sócio económico dos idosos internados nesses lares.

Zé da Burra o Alentejano