sábado, julho 29, 2006

O Guardador de Rebanhos

"I

(...)

Mas a minha tristeza é sossego
Porque é natural e justa
E é o que deve estar na alma
Quando já pensa que existe
E as mãos colhem flores sem ela dar por isso.

(...)

XXVIII

(...)
E ri como quem tem chorado muito.
(...)

XLVIII

(...)
Porque não posso fazer o contrário
Como a flor não pode esconder a cor,
Nem o rio esconder que corre,
Nem a árvore esconder que dá fruto.

(...)
Quase alegre como quem se cansa de estar triste.

(...)"

Alberto Caeiro

2 comentários:

Andreia disse...

Fernando Pessoa nunca foi o meu forte... Mas ele foi um grande poeta!

Paulo disse...

Ó poetas!
A hora absurda do Pessoa
É esta
A nova religião já tem até um profesta
Único concurso que vale a pena ganhar
O de ser o novo messias
Ou o anticristo
Todos os disparates
Porque é a hora absurda
Esperança em escrever o último poema
Em plena guerra nuclear
Para nada

Excepto ser poeta da hora absurda
E poder sorrir com desprezo e sarcasmo
Para deus
Maior do que deus

PS: Obrigado pela visita.
Paulo