segunda-feira, janeiro 09, 2006

Tomografia das Emoções

Um blog de uma amiga...


"Tempo...

'Não tenho tempo!' – frase dita e ouvida aos molhos, por quem choram os nossos olhos.

Como podemos ter ou não ter aquilo que não nos pertence?Nem sequer podemos dizer que exista fora de nós. Tempo não será mais do que uma concepção mnésica emocional que nos permite conceber uma ideia de passado e uma idealização de futuro, sempre com uma existência no presente?"

"melancolia, angústia e tristeza

Hoje sinto uma melancolia, angústia a e tristeza atroz. Parece que uma nuvem de solidão intersticial se abateu sobre mim, sinto-me confinada a um espaço que me sufoca e de onde não sinto força para sair. É como se tivesse um nó na garganta que me sufoca e que se vai esgueirando para me espremer as glândulas lacrimais. Rebolo-me em emoções que não consigo digerir como gostaria, elas enrodilham-se em mim, prendem-me braços e mãos, torcem-me os pés, confinam-me o pescoço, deixando-me quase imobilizada.
A minha alma precisa de creme e máscaras de beleza, precisa de mimos e carinhos, está tão áspera, parece ter perdido algum brilho e a sua tensão constante deixa-a com um ar retorcido.
Felizmente que não acontece todos os dias."

"De ano para ano a estrada para o Natal vai-se deteriorando. Antes era bem asfaltada, ampla, iluminada e iluminável. As pessoas circulavam sem grandes contratempos, raramente havia filas e quando havia eram como que um apelo ao convívio salutar. Ninguém se lembrou da sua manutenção. Ou melhor, talvez muita gente se lembrasse, mas o comodismo falou mais alto e esperou-se que o Espirito Natalício (E.N.) cuidasse de o fazer. Pobrezito, primeiro foi chicoteado pelo individualismo, depois foi atacado por uma epidemia chamada consumo que, infelizmente, evolui e que agora se encontra no seu tipo mais grave: o tipo desenfreado. (...)"

"Verdade?!!!!

(sobre o filme 'Closer', com Jude Law, Natalie Portman e Julia Roberts)

(...)
Obra de expressão artística que nos reflecte, ainda que num simples esgar, tornando-se possível consciencializarmo-nos dos excessos, do grotesco e do ridículo que protagonizamos. Assim podemos encetar nova busca, questionar e experimentar novos ‘papeis’, novas ‘verdades’.
(...)"

"Papinha para bebé

(...)
'Quais horizontes abertos? Quanto mais sabemos, mais temos com que se preocupar!' Felizes os ignorantes!!!!!!"

"as lágrimas do teu pranto e as gotículas do teu suor, são sofregamente sorvidas pelos meus lábios ressequidos... enquanto não chove "

"'Um olhar,
um olhar só.
Depois, um esgar
displicente…

Cravam-se sulcos
na pele da alma
crateras afundadas
na pele da pele.'
poesia de Isabel.J."

"não representação

A existência etérea que uma pessoa ocupa noutra tem a sua dimensão estética de uma beleza exasperante. Beleza que a faz existir sempre fora do outro, sem nunca dele fazer parte, como uma imagem bidimensional que se admira num processo perfeitamente isolado e solitário, de fruição masturbatória em que o outro funciona como estímulo meramente pontual. Todos querem não ser esta pessoa ainda que confusamente se movam nesse sentido, ocupando um estar hiperrealista em que a forma sem cores domina em relação ao conteúdo do outro para se centrar no núcleo fantasioso do próprio. Resultando num abandono do outro que inicialmente parecia ser o centro da existência do próprio, outro que esteve sempre fora, sempre excluído, sempre entregue a si mesmo na ilusão da partilha.Solidão que nos une no desespero de não termos nem sermos uma representação real, afectiva e efectiva no outro."

"Verbo saber

- Sabes!???
- Sei!
- Sabias todo este tempo?
-Sabia antes de ti!
- Como soubeste?
- como se sabem as coisas importantes!
- Também queria ter sabido!
- Ficaste a saber agora!
- Se soubesse antes...
- Saberias mais cedo!
- Agora…sabendo….
- Sentes-te mais sábia???
- Não sei...."

Ainda há muito mais!

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